Apesar
de não sermos especialistas, soa favorável a qualquer um que compreenda o mundo
atual que a ideia de um Centro de Operações e Inteligência de Segurança
integrado, facilita e melhora as ações da inteligência e intervenção policial.
Não sei dizer se esta era a prioridade, quando vemos delegacias mambembes por
todo estado onde o cidadão comum sente até receio de ir prestar uma
queixa, mas com certeza informação é um elemento vital em segurança. Foi uma
boa ação de Rui Costa.
Campanha
Com a escolha de
Colbert como vice, Ronaldo deu a largada na campanha eleitoral e começou o jogo
de xadrez. Evidente que o prefeito já não conta com a unanimidade dos mandatos
iniciais, fruto da longa permanência no poder com os mesmos processos e modelo
administrativo, mas ainda é o dono da bola do jogo, do campo, em grande parte
por uma oposição desordenada, desagregada e que nunca conquistou a confiança da
maioria dos cidadãos feirenses.
Ronaldo, com o
recall de um nome bem conhecido, absoluta maioria dos partidos, do tempo de TV,
de um grande número de vereadores, deputados, sai, naturalmente, com
pinta de favorito.
Além disso, teremos uma eleição com arrecadação
menor que as anteriores, com mais dificuldade de captação, o que torna a
máquina da prefeitura um elemento ainda mais importante nesta campanha.
A missa de aniversário de Ronaldo, na Senhor dos
Passos, onde foi às lágrimas ao contar a vida pessoal, deu mostra das lideranças
que o acompanham.
A oposição aposta na divisão e um menor número de votos válidos, aposta
arriscada e que já sinaliza, na saída, que, individualmente, nenhum candidato
tem a projeção para forçar um segundo turno, o que reviveria os memoráveis
embates eleitorais que já tivemos nos tempos em que as famílias Carneiro,
Martins e Falcão eram concorrentes equivalentes e não faziam parte do comboio
do mesmo líder.
Campanha IV
É claro que o péssimo
momento que vive o PT - inclusive com o risco de prisão de Lula até a eleição,
acentuado agora com o acordo de delação do marqueteiro João Santana -, escassez
de recursos e desgaste do governo do estado com o funcionalismo, terceirizados
e outros, deve cobrar algum preço a Zé Neto, apesar das boas obras
(Noide, Minha Casa Minha Vida, Lagoa Grande, Complexo Policial, Hospital
da Criança - o capenga -, duplicação no Contorno, abastecimento de água e
esgoto, Orquestra Neojibá) que ele tem para exibir, executadas pelo governo
estadual ou federal.
Não ter incorporado lideranças significativas ao
longo de todo tempo de oposição, apostando no individualismo, foi um erro que
continuará lhe sendo fatal.
Figura
de excelente trato e político de bom nome, Jairo Carneiro foi, de certo modo,
atirado aos leões. Tardiamente, sem um trabalho contínuo de longo prazo,
dependendo de um maciço apoio do estado e pinçado para ajudar Zé Neto sem
atrapalhar suas pretensões eleitorais.
Fernando e Jonhatas, indefinidos, a esta altura,
devem ter as dificuldades de quem entra no segundo tempo para virar um placar
adverso. Dificuldades que já fizeram o pretendente ex-prefeito José Raimundo
dizer que desiste de entrar em campo.
Ângelo, que milita continuamente na política
feirense e teve boas votações para deputado, conta com o voto da esquerda
descontente com Neto, mas tem no geral as mesmas dificuldades dos outros
pretendentes sem o suporte de uma poderosa estrutura governamental. É
claro que seria preciso muito trabalho, unidos, para chegar ao resultado que
desejam. Falta saber quem vai botar o chocalho no gato.
Certamente que
há, na cabeça de parcela dos formadores de opinião e dos eleitores mais
esclarecidos, a natural pergunta do que Ronaldo vai oferecer de novo como
proposta eleitoral, já que sofre críticas pelas intervenções urbanísticas - que
mereceram um longo embate jurídico -, transporte público, meio ambiente,
manutenção do caótico centro da cidade que não conseguiu resolver apesar das
promessas.
Ronaldo, que tem o mérito de ter recuperado a
liturgia do cargo, ter dado ordenação administrativa e jurídica, e transformado
a prefeitura em boa pagadora, tem bons mandatos anteriores, deve acreditar que
a população que compõe a maioria do seu eleitorado confia nele e quer manter a
segurança e regularidade de seu governo.
Ao que parece não houve
ranger de dentes, nem gente rasgando a parede a unha, após Ronaldo escolher seu
vice. A verdade é que, todos, de certo modo até opositores, não
estão pensando em 2016. É jogo jogado, acreditam, salvo alguma
reviravolta por fatos inesperados. Todos, relativamente jovens, se
preparam para o pós Ronaldo, considerando que ele irá vencer, e, que,
depois, saia antes do fim do mandato ou não, em 2020, aí sim, com acordo ou sem
acordo, vai ter briga de foice no escuro porque ninguém vai querer achar que
fulano ou sicrano tem lugar no banquinho preferencial.
Campanha VIII
Eleição se ganha com
estrutura ou onda.
A onda é quando alguém conquista o imaginário
popular e nada consegue segurar a eleição. O frango já fez isto por FHC,
a esperança por Lula, a saturação do carlismo por Waldir Pires.
A estrutura é a combinação de tempo de TV,
partidos, vereadores, lideranças, cargos e verbas.
A onda pode aparecer em um ponto qualquer da
campanha, por erros, denúncias, ou outras variáveis. Mas a priori, não parece
ser um fenômeno que vá ocorrer nesta eleição. Logo...
Agora que
Ronaldo botou o bloco na rua, temos de esperar os adversários mostrarem suas
alianças para que se tenha uma ideia melhor da situação, da capacidade de
enfrentamento, pois tudo pode acontecer, inclusive nada.
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