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César Oliveira |
A postagem de um vídeo pornô foi uma dessas ações propositais, gerando
um imenso recall e polarizando o debate. Nem adianta discutir se
Bolsonaro infrigiu a lei do decoro, pois, sempre há quem argumente que o
que ele fez foi divulgar como um erro e não " produzir" algo pornô. É
dessas semanticas jurídicas que imobilizam qualquer ação. E não há
clima político suficiente para impeachment como alguns apressados
chegam a argumentar.
Alguns, podem preferir achar que Bolsonaro foi apenas tosco- o que não
deixa de ser, também-, mas ele fez marketing. Isso fica muito claro,
absolutamente claro, na postagem seguinte em que ele pergunta o que é "
golden shower", após a repercussão da primeira postagem. Podem apostar a
vida de vocês que Bolsonaro sabia muito bem o que era e colocou a
segunda postagem para incendiar a internet algo que parece lhe dar
imenso prazer e financiar seu ego. Ele está usando as armas que tem e o
pouco que sabe fazer para manter seu capital político. Em situações mais
complexas ele tem reconhecida dificuldade de dar declarações
substantivas.
A técnica já foi usada por Trump e ele segue a risca, o modelo.
Bolsonaro faz uma aposta arriscada. Seu eleitor mais fervoroso não se
importará com o que ele poste, mas o eleitor que o escolheu mais por
antipatia ao PT ( e é uma parcela significativa) pode começar a
sentir-se incomodado com a extrapolação do bom gosto. Além disso,
Bolsonaro não pode esquecer que como presidente representa a nação,
tanto aqui, quanto internacionalmente e que certas posições apenas roem
seu cacife político.
Bolsonaro está jogando, mas é bom calibrar o limite de suas apostas.
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