Ler, e controlar, pensamentos. Implantar
memórias, aumentar a inteligência, transmitir informações por telepatia.
Existem cientistas tentando fazer tudo isso – e, em alguns casos,
conseguindo. Conheça as pesquisas que pretendem revolucionar a mente
humana.
A reinvenção do cérebro
Ler, e controlar, pensamentos. Implantar
memórias, aumentar a inteligência, transmitir informações por telepatia.
Existem cientistas tentando fazer tudo isso – e, em alguns casos,
conseguindo. Conheça as pesquisas que pretendem revolucionar a mente
humana.
1. Ler pensamentos (e até sonhos)
Situação atual: testes em humanos
No romance 1984,
George Orwell imaginou um futuro em que o Estado fiscaliza até os
pensamentos dos cidadãos. Isso é feito vigiando as pessoas enquanto elas
assistem à televisão, um método precário e lento (o protagonista do
livro, Winston, só é preso após sete anos de monitoramento). No futuro,
isso poderá ser feito em tempo real – e diretamente do cérebro.
A ciência ainda está longe de
entender como a mente humana funciona. Mas de uma coisa ela já sabe:
tudo o que se passa dentro das nossas cabeças pode ser reduzido aos
padrões de sinais elétricos que percorrem as sinapses do cérebro. Se
você conseguir capturar e decodificar esses sinais, em tese poderá
descobrir o que alguém está pensando.
Na última década, várias equipes de pesquisadores tentaram –
e, dentro de certos limites, conseguiram – fazer isso. Primeiro, o
voluntário é colocado dentro de um aparelho de ressonância magnética,
que enxerga os fluxos de sangue dentro do cérebro. Ele cria um mapa com 1
milhão de voxels: cubinhos com 100 mil neurônios cada um. Em
seguida, os cientistas mostram determinados estímulos para a pessoa –
fotos, palavras, sons –, enquanto monitoram o cérebro dela. Cada
elemento (a imagem de um pássaro, por exemplo) ativa determinados
conjuntos de neurônios – e a máquina de ressonância, observando o fluxo
de sangue para cada um dos voxels, enxerga isso. Repita a medição
algumas dezenas ou centenas de vezes, e você terá uma biblioteca de
padrões. Quando a pessoa imaginar um pássaro, por exemplo, você saberá
que esse pensamento ativa determinados voxels, e poderá identificá-lo.
Em 2017, cientistas da Universidade Carnegie Mellon1 combinaram
essa técnica com um sistema de inteligência artificial e conseguiram
adivinhar, com 87% de acerto, o que os voluntários estavam pensando. Ok,
o sistema é primitivo: limita-se a indicar a presença ou ausência de 42
elementos (como “animais”, “violência”, “perigo”, “deslocamento”,
“pessoas” e “grupo de pessoas”) no pensamento. Mas, em outras pesquisas,
esse mesmo método foi além: conseguiu indicar se os voluntários estavam
pensando, ou não, numa determinada imagem ou cena.
Talvez seja possível decifrar
até um dos fenômenos mais misteriosos da mente humana: os sonhos. É o
que acreditam pesquisadores da Universidade de Kyoto, no Japão. Eles
colocaram voluntários para dormir2 dentro de
máquinas de ressonância magnética. Monitorando a atividade cerebral
dessas pessoas, o sistema foi capaz de detectar a presença ou ausência
de 20 elementos (como “carro”, “livro”, “prédio”, “mulher”, “homem”,
“rua” ou “comida”) nos sonhos das pessoas. Assim que a pessoa terminava
de sonhar – o que era constatado monitorando suas ondas cerebrais –, ela
era acordada e os cientistas perguntavam o que ela havia sonhado.
A leitura de padrões cerebrais
tem usos nobres, como permitir que pessoas paralisadas voltem a se
comunicar. Mas também pode tomar caminhos sinistros, permitindo que
regimes totalitários leiam à força a cabeça de alguém. O mais provável é
que aconteça o que acontece com quase todas as tecnologias:
um pouco de cada coisa.
um pouco de cada coisa.
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