sexta-feira, 15 de abril de 2011

Vamos pensar...


Dizem que “de pensar morreu um burro. E até hoje não entendeu o que lhe aconteceu”. Quando se faz uma proposição a alguém e recebe como resposta um “vamos pensar” ou “vamos ver”, é melhor desistir que daquele mato não sai coelho. Aliás, já é um acinte convidar alguém para pensar. Ninguém hoje em dia está interessado em pensar. Dá muito trabalho. Dizem que, para quem não está acostumado, até dói.

As pessoas hoje em dia alegam não ter tempo para nada, muito menos para pensar. Pensar pra que? O Jornal Nacional já traz todas as respostas prontinhas. E foi por essas e outras que ninguém menos que William Bonner declarou que o espectador do Jornal Nacional é igual ao Hommer Simpson, aquele personagem do desenho animado (horrível por sinal) que é um completo videota.

Pensar é perigoso. Por isso mesmo os regimes totalitaristas, e até algumas democracias, não gostam de gente que pensa. Eu soube que em alguns países europeus alguns cidadãos são convidados gentilmente pelos seus governos a deixarem o país. Em alguns casos, até oferecem vantagens como salários, por exemplo. Algo mais ou menos assim:
“Olha! Vá morar no Brasil. Lá o clima é bom, não tem terremoto, não tem vulcão, não tem governo, não tem nada que possa lhe incomodar. Há muitas leis, mas, ninguém cumpre. E em sendo europeu, você pode adquirir cidadania facilmente e quem sabe até se eleger a um bom cargo. Seu salário aqui tá garantido”. Porque ninguém me oferece algo assim aqui no Brasil? Sei, é porque eu não penso. É verdade. Se pensasse já tinha me picado daqui faz tempo.

Brincadeiras à parte, pensando bem (epa!), as pessoas que não pensam são muito mais felizes. Elas não se importam se são manipuladas, se os governantes se aproveitam delas como massa de manobra para alcançarem seus fins espúrios. Estão acostumadas a deixar que outras pessoas resolvam por elas os seus problemas, sem perceberem que, se não fossem estas “outras pessoas”, elas não teriam problemas. Afinal, segundo a Bíblia, Deus prometeu o Paraíso aos inocentes e ignorantes.

Sobre essa estória de pensar, contam que o pai de um importante político de Feira de Santana, foi questionado pelo sogro deste, que lhe disse estar “achando o menino muito triste”. Travou então o seguinte diálogo:
- Joãozinho está triste porque deve R$ 1 milhão e não pode pagar. Eu dou R$ 500 mil e você dá R$ 500 mil. Resolvemos o problema dele e ele volta a ficar alegre”.

O sogro de Joãozinho teria então enfiado os dedos polegares nos suspensórios das calças, balançado a cabeça positivamente, e depois de pigarrear, respondeu:
- Vamos pensar!
Está pensando até hoje.

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