sexta-feira, 20 de abril de 2012

Inglesas de 17 anos publicam guia para pais sobre como criar adolescentes

Como mãe de um garoto de 14 e uma menina de 11 (e madrasta de uma enteada de quase 12),posso dizer que já ingressei no maravilhoso mundo dos adolescentes. Por isso, passou a ser um exercício diário para mim tentar lembrar de tudo que eu gostava e que não gostava que meus pais fizessem ou falassem na época em que eu era a adolescente. Metalmente, divido em duas listas: o que era certo e o que era desnecessário. Ou seja: há coisas que eles diziam ou faziam com toda razão, e que eu não posso deixar de fazer e dizer. Outras, porém, não passavam de chateação – e faço força para não repetir.
Claro que isso é feito sem qualquer organização, no meio do caos mental que é a vida de alguém que cuida de casa, filhos e trabalho. Mas, de repente, me deparei com um livro que parece ser bastante interessante. Foi escrito por duas inglesas de 17 anos e chama-se Teenage Explained. Megan Lovegrove e Louise Bedwell rascunharam um guia sobre como elas acreditam que deve ser a educação de um adolescente, incluindo aí sua vida real, seus relacionamentos, suas experiências.

Uma editora rapidamente as contratou e publicou o livro. Diz a contracapa: “Os autores de outros livros sobre como educar seus filhos são antigos. Se você realmente quer saber o que seu filho está pensando e fazendo, quem melhor para falar do que os próprios adolescentes?”

De fato, bastante comercial. O assunto, claro, ganhou o mundo.
As matérias que li dizem pouco sobre o conteúdo. Mas já deu pra ver que é um guia bem-humorado. “É preciso dar pelo menos três horas para um adolescentes limpar seu quarto”, elas dizem. Sobre as altas contas de telefones, escrevem: “Os pais devem incentivar seu filho a usar mais aplicativos do celular, mais baratos, como aplicativos de smartphones. Tenho certeza de que muitos adolescentes não reclamarão disso, pois significa que ganharão smartphones”.

Mas há coisas interessantes também. Um dos conselhos é “não dar muita importância sobre a sua própria aparência, pois isso pode passar para seu filho e torná-lo sensível demais a respeito de sua própria aparência”. Sem falar nas frases dos pais mais odiadas pelos filhos adolescentes:

- No meu tempo, as provas escolas eram mais difíceis.
- Não é o fim do mundo!
- Aposto que nenhum dos seus amigos age assim.
- Se não está satisfeito, vá morar em outro lugar.
- Você tem que me obedecer enquanto estiver debaixo do meu teto.
Não me lembro de ter dito nenhuma dessas. Ainda.
Martha Mendonça é editora-assistente de ÉPOCA no Rio de Janeiro.

 

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