
Sobre mim mesmo percebi claramente quantos erros cometi no
passado que me levaram até o momento em que me encontro agora. Se tivesse feito
escolhas mais acertadas, despido de vaidade, arrogância e impaciência, teria
com certeza obtido resultados melhores. Porém, não estou me queixando da minha
vida que vivi intensamente e do modo que quis.
Quanto às demais pessoas, parentes, amigos e colegas tenho
percebido coisas até mesmo engraçadas. Por exemplo: A partir do momento em que
fiquei doente algumas pessoas da minha família resolveram que deveriam assumir
o controle da minha vida, como se eu não fosse mais capaz de decidir por mim
mesmo o que é melhor para mim. Eu as entendo, pois gostam de mim e só querem
ajudar, mas, em nenhum momento me perguntaram se ou que tipo de ajuda eu
desejava.
E assim caminha a humanidade, todo mundo quer ajudar, mas,
não pergunta se o alvo da sua compaixão quer ser ajudado e que tipo de ajuda
quer. Essas reflexões eu tenho feito com a minha família, sempre que possível.
Na sexta-feira passada, por exemplo, quando refletíamos sobre o Evangelho de
Jesus Cristo, dizia eu que não devemos culpar a ninguém por nada que nos
aconteça, porque tudo que nos acontece é resultado das escolhas que fazemos.
Esse é o "Livre arbítrio", o Dom que Deus nos deu.
Tudo na minha vida, tudo que sou ou deixei de ser, tudo que
tenho ou deixei de ter, tudo que não alcancei, foi por única e exclusiva
responsabilidade minha, pois sempre decidi por mim mesmo o que queria fazer da
minha vida. Conselhos eu pedi a pessoas nas quais confio. Ouvi atentamente cada
palavra, mas, a decisão final sempre foi minha. Por isso digo: Ninguém se sinta
culpado por nada que venha a acontecer comigo, porque desde pequeno sempre fiz
o que queria. Além disso, aprendi a enfrentar os bons e os maus momentos com
serenidade, na certeza de que como tudo nada vida, eles também passam.
"No ritual de coração de um papa é queimado um feixe de
palhas, com a advertência: assim passa a glória do mundo. Passam os Impérios,
passa a beleza física, a saúde, a doença, passa a primavera, passa o riso,
passam as lágrimas, passam o sucesso e a derrota, passa a glória... Passam os
bons e os maus momentos. A certeza dessa lógica ajuda a enfrentar os maus
momentos, porque estes passam. E ajuda a evitar a euforia, porque os bons
momentos também passam." (Dom Itamar Vian in "A arte de
escolher").
Certíssimo o nosso arcebispo. Eu não sou doente. Eu estou
doente. Mas, isso também passará!
Um comentário:
Meu sincero desejo de melhora.
Alex
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