sexta-feira, 9 de agosto de 2013

O que nos é imposto



 Está circulando na internet um banner defendendo a ideia de que professor não deve pagar Imposto de Renda. Isso me lembra uma cena que vi numa comédia. O sujeito engoliu uma mosca e está ainda o incomodava. O amigo aconselhou: Engula um sapo que ele come a mosca. Questionado sobre o que faria então com o sapo, o amigo, imediatamente deu solução: Engula um gato... depois, um cachorro, depois um tigre, e por aí foi.
O fato é que não podemos solucionar erros com outros. Impostos são necessários e alguns até são justos. A gente aprendia isso nas aulas de Educação Moral e Cívica e Organização Social e Política, ainda no curso ginasial. Mas os “cientistas educacionais” acharam por bem tirar estas matérias do currículo.
Vejamos: As pessoas se agrupam em comunidades com o objetivo primaria de se defender de eventuais ataques e para melhor trabalhar e produzir. Quem trabalha e produz, não tem tempo para, por exemplo, cuidar da defesa da comunidade (segurança), nem dotá-la de infra estrutura, como construir redes de esgotos, iluminação pública, abastecimento de água, pavimentação das vias públicas, etc. Por isso, pagam impostos com o objetivo de, com o dinheiro dos impostos, pagar a gestores (políticos) para organizar e executar estes trabalhos. Daí parte o princípio de que eles, os políticos, são empregados das comunidades, e não donos, como tentam fazer parecer. Revestidos de autoridade que nos lhes outorgamos, através de eleições, mas, ainda assim, nossos empregados.
Se alguém vive numa comunidade é justo e direito que pague com uma parcela dos seus ganhos, os impostos necessários para construção e manutenção da infraestrutura necessária para que todos possam, trabalhar, produzir, estudar e se divertir com segurança. Então, o Imposto de Renda é justificado. Se alguém ocupa uma área para morar na comunidade, o Imposto Territorial, urbano ou rural, é justificado. Se alguém trabalha e produz, tem ganhos, o Imposto Sobre Serviços é justificado.
O problema está no momento em que o dinheiro que pagamos em impostos são desviados para finalidades não previstas, como, por exemplo, financiamento de campanhas de políticos ou desvio para contas anônimas em paraísos fiscais. E também surgem impostos esdrúxulos, desprovidos de justificativa, e cujo montante arrecadado ninguém sabe onde nem se é empregado, e ninguém presta contas desse dinheiro.
          Então, não é com professor ou qualquer outra categoria profissional deixando de pagar imposto que vamos resolver nossos problemas, mas sim cobrando transparência nas contas públicas por parte dos nossos empregados (os políticos), responsáveis pela administração dos impostos que pagamos. E se eles se rebelam e nos desobedecem, vamos demiti-los através do voto, nosso poder maior numa democracia. Mas, se você troca o seu voto por favores pessoais, por favor, não reclame. Você não tem esse direito.                 

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