sexta-feira, 18 de abril de 2014

Dois assuntos



              1 – Evasão de Investimentos – Depois que um secretário do Governo do Estado afirmou em um programa de rádio que a ação dos sindicatos dos trabalhadores está afastando os investidores de Feira de Santana, o deputado Zé Neto apressou-se a colocar panos quentes dizendo que “não é bem assim”. E eu digo: É pior.
         Já há alguns anos, a intransigência dos dirigentes sindicais de Feira de Santana nas mesas de negociações com os sindicatos patronais, tem afastado os investidores que preferem levar suas empresas para outras cidades ou estados. Isso é um retrocesso, porque, após anos de intransigência, sindicatos trabalhistas e patronais começaram a se entender.

         Infelizmente, o “salve-se quem puder” reinante nos meios políticos baiano, onde vale tudo para se alcançar sucesso em disputas para cargos eletivos, tem atraído cada vez mais oportunistas, escroques e ladrões de todo calibre. Todos buscam uma oportunidade de aparecer na mídia como defensor dos interesses do povo, objetivando ganhar visibilidade para mais tarde postularem um cargo eletivo.

         Junte-se a isso a enorme quantidade de atestados médicos falsos que faz com que centenas de trabalhadores se afastem de seus postos de serviços por dias, semanas ou meses, causando assim enorme prejuízo às empresas. Esse já não é o caso de se negociar com sindicatos. É caso de polícia. 

         2 – “Nó tático” – Assim como o treinador do Bahia fez com o seu rival do Vitória, o ex-ministro Geddel Vieira Lima deu um “nó tático” em seus adversários políticos. Com o PMDB em pé de guerra com o PT, ele se aproveitou da situação e bateu pé firme para sair candidato pelo PMDB baiano. Sabia ele que dividindo as oposições as chances de vitória eram remotas. Eu mesmo cheguei a afirmar nesse espaço que iria dar PT na cabeça, porque a vaidade pessoal não permitia a união das oposições. Mas, me enganei.

         Geddel fez birra enquanto os adversários o assediavam em busca de uma aliança que parecia impossível. E assim, mesmo depois de alguns líderes do DEM darem como certa a candidatura de Paulo Souto independente do apoio ou não de Geddel, ele se manteve firme na sua posição de pré-candidato ao governo do Estado. E o resultado é que depois de lhe acenarem com a possibilidade de uma candidatura ao senado, ele contrapôs ser candidato a vice se ACM Neto encabeçasse a chapa. Estava aberta uma brecha.  Propuseram-lhe a chapa com Paulo Souto para governador e ele para senador, era a ultima proposta. Geddel aceitou, desde que pudesse indicar o vice. Indicação essa que deveria ser de Antônio Imbassahy. Mas, abriram mão e Geddel indicou ninguém menos do que Joaci Góes do PSDB. Com isso, ele, que era inimigo declarado do falecido senador ACM, se aproximou de ACM Neto, colocou como vice um também inimigo do ex-senador e trouxe de quebra Jutaí Magalhães, outro desafeto de ACM.


O que parecia impossível aconteceu. Principalmente se olharmos para o outro lado, onde estão enfileirados com o PT nada menos do que o ex-governador Otto Alencar e o deputado Joao Leão, ambos carlistas de carteirinha. Realmente a política é muito dinâmica!

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