No
final do ano passado o deputado federal Fernando Torres e o deputado Estadual
José Neto, talvez no afã de realizar um governo municipal paralelo, como se
Feira de Santana não tivesse governo, desembarcaram na cidade com técnicos da
Conder afirmando que iriam construir a avenida Airton Senna, com uma verba
oriunda de uma emenda orçamentária do deputado Fernando Torres.
O
prefeito José Ronaldo recusou, explicando que aquela obra seria iniciada no dia
seguinte, com uma verba oriunda também de uma emenda orçamentária, de autoria
do senador João Durval Carneiro. Diante dos protestos dos deputados, que
afirmaram tratar-se de “birra política” por parte do prefeito, este lhes
ofereceu o projeto da avenida Fraga Maia, diga-se de passagem, uma das grandes
e necessárias obras da cidade, mas eles recusaram. Para a imprensa eles
disseram, “em off”, que o prefeito queria lhes dar uma obra “dentro do mato”.
O prefeito os convidou então para ir
à Secretaria de Planejamento e ver os projetos já existentes, e escolher os que
quisessem para aplicar a verba da emenda orçamentária. No dia marcado, eles
foram à Seplan, onde foram recebidos pelo secretário Carlos Brito, e lá
escolheram os projetos que lhes interessaram. Ao deixar o local buscaram os
microfones da imprensa para protestar contra o que qualificaram como
“deselegância” do prefeito que não estava lá para recebe-los como grandes dignitários
que são. Ressalve-se que o secretário Brito apresentou-lhes as escusas do
prefeito, que havia sido convocado para uma emergência administrativa, e cuja
ausência não prejudicou em nada o objetivo da reunião.
Já estamos quase em meados de abril
e até então os deputados não retornaram para apontar quais projetos foram
escolhidos. O secretário Carlos Brito cobrou três vezes da Conder uma resposta,
sem êxito. Mas, segundo ele, a Conder também não sabe quais projetos os
deputados escolheram. Temos apenas até o mês de maio para que se possa licitar
e iniciar qualquer obra. Em junho tudo para, pois é ano eleitoral e não se
poderá mais transferir verbas.
Quando eu falo dessas coisas me
acusam de ante petista, de direitista, e mais um monte de “ista”. Não é nada
disso. É que eu gosto da minha cidade e de quem gosta dela. Não posso gostar,
por exemplo, de um governador que passou oito anos dizendo “vamos estar
fazendo” e quase nada fez. Para quem leva 20% do ICMS de uma cidade como Feira
de Santana, o retorno que Wagner deu foi quase nenhum. Sei que ele está
acostumado com gente que se contenta com esmolas. Não é o meu caso. Pago
impostos, quero retorno em investimentos na minha cidade. Cumpro minhas
obrigações, ele tem que cumprir as dele.
Eu gostaria muito que os deputados
Fernando Torres e Zé Neto dessem resolutividade aos problemas que lhes
competem, em relação a Feira de Santana. Teria o maior prazer e alegria em
publicar aqui que ações e obras estão sendo realizadas na minha cidade graças
aos esforços deles.
Mas, infelizmente, não é o que
acontece. Pelo contrário. Não ajudam e ainda atrapalham.
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