domingo, 15 de junho de 2014

Alex Ferraz

PADRÃO
Manchete de O Globo, ontem, na internet: "Itaquerão teve 'padrão Fifa' - Internet falhou, faltou comida nos bares do estádio e elevadores não deram conta fluxo. " Para não falar na baixaria da plateia metida a chique, completo eu...

Frase: "É passageira a felicidade de todos esses que vês caminhar com arrogância." (Sêneca)

Uma espetáculo de grosseria e incivilidade total
Não me espantou a ajuda do árbitro ao Brasil, com aquele pênalti "fake", tampouco me entusiasmou muito a vitória do Brasil e casou-me emoção relativa a festa de abertura, que deixou muito a desejar.
Mas o que me espantou, chocou, estarreceu foi a atitude dos torcedores que lotaram o Itaquerão na abertura da Copa. Os xingamentos impublicáveis dirigidos à presidente Dilma espantaram o mundo, quando traduzidos, evidentemente. O ex-jogador Michel Platini, presidente da UEFA e membro da Fifa, não escondeu seu espanto, assim como dezenas de outras autoridades e chefes de Estado presentes.
Pois é. Aquela plateia que ali estava, posando de gente fina, "branca" (não havia praticamente um negro sequer no estádio, o que mostra, aliás, o racismo brutal da sociedade brasileira, filtrado através da condição social) e que teve condições de pagar até 11 mil reais por um par de ingressos (como confessou um raríssimo torcedor educado) mostrou que, se está no topo da pirâmide social e econômica, certamente está abaixo da base da pirâmide da educação, dos bons modos, da civilidade.
Vaiar uma autoridade é normal, como vaiar um artista, um jogador etc. Mas levantar um coro impublicável é falta de educação, grosseria, baixaria. E não há dinheiro no mundo que torne pessoas deste tipo dignas de algum destaque ou admiração.

Ainda sobre
a selvageria (I)

Sinceramente, acho que em numa plateia de futebol de várzea há mais educação, mas civilidade. Podem crer. Aliás, já falei aqui sobre o posto Namorado, na Pituba, onde se reúne, à noite, a suposta "nata" da sociedade baiana: tenho horror de parar naquele local, porque não há nada mais agressivo, boçal, do que filhinho de papai bestializado e drogado.

Ainda sobre
a selvageria (II)

Voltando ao Itaquerão e sua plateia "chique", pergunto: que tipo de exemplo, que tipo de educação estão dando os pais aos seus filhinhos lindinhos a toda hora focalizados pela TV, ao entoarem um coro de baixarias com aquele?

Ainda sobre
a selvageria (II)

De um modo geral, na verdade, a incivilidade, a selvageria permeia toda a sociedade brasileira, do topo à base da pirâmide.
Aqui, as pessoas atropelam e dirigem carregando um braço do atropelado para depois jogá-lo no lixo, mentem sobre tudo, invadem sinal vermelho e ameaçam você se reclamar, ultrapassam pelo acostamento, corrompem a todos enquanto possível etc. etc.
Estou convencido, de uma vez por todas: temos no Congresso a fiel representação da nossa sociedade.

Ainda em
maré baixa (I)

A notícia: "Por conta da maré baixa, a travessia marítima do sentido de Mar Grande para Salvador faz uma parada de duas horas e meia nesta sexta-feira (13). O sistema interrompe o atendimento às 8h30 e volta a atender normalmente neste sentido a partir das 11h. De Salvador para a Ilha de Itaparica, o funcionamento é normal. Com maré baixa, o Terminal Hidroviário de Vera Cruz não pode receber embarcações devido à falta de profundidade do canal."

Ainda em
maré baixa (II)

O comentário: volta e meia, a travessia entre Salvador e Mar Grande é interrompida por causa da maré baixa. Estamos, como se vê, tão expostos aos caprichos da natureza quanto os navegadores de três mil anos atrás.
O pior: há um projeto para reformar o atracadouro do Duro, em Mar Grande, que está engavetado há mais de 50 anos!

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