quinta-feira, 5 de junho de 2014

Ricardo Boechat solta o verbo


         Em uma entrevista concedida há cerca de um ano, o jornalista Ricardo Boechat, no Pato com Laranja, sem papas na língua, fala de imprensa, política, corrupção e solta o verbo em muitos políticos. Uma entrevista que deve ser vista e revista por todos os brasileiros. A seguir transcrevemos um trecho que está circulando na internet e pode ser vista completa acessando o link https://www.youtube.com/watch?v=s5SUccjRfj4&feature=kp.
“Eu inverti o polo da fé pública na minha avaliação profissional. Quem tem fé pública? Pra mim é o cidadão. Se a autoridade falar algo diferente do cidadão, ela que trate de provar que está falando a verdade. E quando eles vão para as campanhas eleitorais prometem o caralho a quatro, que vão transformar o mundo em quadrado, que vão acabar com a fome, com a miséria, com a violência, com a corrupção...
E quando o governador Sérgio Cabral disse que vai construir mil casas em Teresópolis, no ano passado, você botou no ar? Botou. Você se preocupou em saber se é verdade? Preocupou? Achou que era? Mas não foi. “Alô, excelência. Estamos aqui entrevistando sua excelência. ” “Pois não, excelência. ” E “blá, blá, blá, blá, blá. ”
Eu sou favorável a arranhar carro de autoridade, eu sou favorável a jogar ovo, eu sou favorável a revolta, a quebra-quebra... Ah, isso é vandalismo! Vandalismo é o cacete! Vandalismo é matar meu filho, dentro de um hospital público, por falta de médico, de remédio, enquanto o esquema de corrupção é esse que a gente vê aí, dentro dos hospitais, então isso é vandalismo, revolta, não é vandalismo. Essa realidade vai mudar, se a população tirar a bunda da cadeira, se a população for pra rua, se a população botar a boca no trombone, se a população atacar, partir para o contra-ataque.
Você diz que o Sarney tem dinheiro enfiado no rabo? Diz. Dá pra você dar a mão de merda no outro intervalo comercial? Isso aqui não é uma rádio, pra você ficar em casa ouvindo a rádio não. É uma rádio para você se fazer ouvir. Ligou para mim, atendi, falou, boto no ar. O cara ligou. “Ô ‘Chá’, caiu um prédio aqui na 3 de Maio, ô, ‘Chá’, pelo amor de Deus, acabei de ver, tá tudo empoeirado! ” Vai pro ar.
Eu confesso a você, com 60 anos de idade, à essa altura do campeonato, que eu não sei como eu reagiria se alguém dissesse que eu estou proibido de fazer alguma coisa, que a minha consciência não me proíba primeiro. ”
No nosso entendimento essa última afirmativa deveria ser o pensamento a nortear as ações de todos os cidadãos brasileiros. Se a minha consciência diz que devo fazer alguma coisa ou não me proíbe de fazer determinada coisa, então ninguém tem o direito de me proibir.  Caetano Veloso pode ter negado a sua afirmativa de que “é proibido proibir” mas nós continuamos afirmando e pregando isto. Afinal a liberdade, o direito de expressão, o direito de ir e vir é garantido a todo cidadão pela constituição.
Os políticos podem desrespeitar e até rasgar a Constituição, mas, ela ainda é a Carta Magna dos direitos e deveres de todos os cidadãos brasileiros.

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