sexta-feira, 6 de junho de 2014

Os heróis solitários




(Pra não dizer que não falei da Copa)

                Somos um povo acomodado. Além de não termos iniciativa para lutar pelos nossos direitos, também não gostamos muito de pegar no pesado, trabalhar mesmo. E por isso somos sedentários. Essa acomodação física já foi pior.  Mudou quando uma rede de TV iniciou uma campanha com o slogan “mexa-se” incentivando as pessoas a praticar esportes ou mesmo fazer corridas e caminhadas. Mais tarde o locutor esportivo Luciano do Vale abriu espaço na TV para outras modalidades esportivas além do futebol.
         O esporte nacional, sem sombra de dúvida, é o futebol. Mas, hoje já temos atletas brilhando no vôlei, basquete, judô, atletismo, natação, e até mesmo no tênis e no surf, entre outros menos notados. Mas, esses atletas brilham por si mesmos. Nasceram com o talento. Ao contrário de outros países, eles não surgem nos colégios ou nas universidades onde a prática de esportes para os estudantes é obrigatória.
         Não existe qualquer tipo de incentivo dos governantes para a formação e desenvolvimento de atletas. O garoto ou a garota nasce numa favela ou num condomínio de luxo e pratica esportes por prazer. Nos campos de Várzea ou nas quadras ´poliesportivas. Alguns contam com o apoio dos pais para pagar escolas de formação de atletas, outros com abnegados que formam ONGS para atender a crianças carentes. Mas, o talento é inato.
         Onde estão as escolas de tempo integral, onde os estudantes além da formação acadêmica, também praticam esportes, além de frequentar aulas de música, pintura, ou qualquer outro tipo de arte? Isso quer dizer que além da formação profissional convencional, eles também são preparados para outras atividades para as quais sejam vocacionados.
         Nestas escolas de tempo integral, o aluno entra pela manhã e só sai no final da tarde. Os colegas, professores e funcionários são a sua segunda família. Não há tempo para vagabundagem, nem para drogas. Além disso, o transporte escolar o apanha na porta de casa conduz até a escola e no final do dia o leva de volta para sua casa. Mas, isso acontece em países onde a educação é levada a sério e o cidadão exige dos governantes investimentos pesados nesta área.
         Em que pese o atual governo alardear a excelência da nossa economia, a grande maioria dos jogadores da seleção brasileira de futebol mora e joga em equipes de outros países, principalmente da Europa. Por que não ficam aqui?  Porque o futebol brasileiro é um mar de lama e corrupção, governados por políticos e os clubes não são administrados com profissionalismo e honestidade. O resultado é a queda cada vez maior de público nos estádios e a pratica de um futebol medíocre.
         Caso a seleção brasileira venha a conquistar a Copa do Mundo, o governo certamente irá tentar capitalizar parte desse sucesso para si, alegando o esforço e investimento para a realização da Copa no Brasil. Mas, como disse, Romário, essa foi a copa onde houve mais roubalheira no mundo. E, se a seleção for bem sucedida, o mérito será única e exclusivamente dos jogadores e comissão técnica, pois o governo nunca fez nada por eles. 

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