Uma campanha bem intencionada do
Ministério da Justiça (MJ) com objetivo de desestimular o consumo de
álcool entre os jovens foi criticada por muitos usuários do Facebook,
que consideraram as peças publicitárias "machistas", "moralistas" e
"hipócritas".
Na tarde desta quinta-feira, a página do ministério
publicou uma imagem de uma mulher com expressão apreensiva enquanto
outras duas riem ao fundo. Sobre a imagem, a mensagem: "Bebeu demais e
esqueceu do que fez? Seus amigos irão lembrar por muito tempo". Em
seguida, o slogan reforça: "Bebeu, perdeu. Curta a vida sem beber".Para muitos usuários do Facebook, o post do Ministério da Justiça reforça o discurso de que a mulher é culpada das violências que sofre. Após três horas da publicação, o post havia gerado mais de 1.300 comentários, majoritariamente negativos. Diante da avalanche de reclamações, o órgão acabou deletando a publicação e pedindo desculpas.
"Errar é humano. Beber é lícito. Quem erra é quem humilha e despreza quem bebeu e 'pagou mico'. Há uma confusão aqui entre vítima e agressor", observou João Paulo Ruben.
Post deletado
Ao deletar o post, o Ministério da Justiça pediu desculpas, mas defendeu a campanha.No entanto, a reação negativa não se resumiu apenas a peça que abordava o consumo de álcool por mulheres. As críticas continuaram mesmo após a eliminação da publicação de hoje. A campanha #bebeuperdeu foi realizada no carnaval de 2014 e retomada agora. O MJ informou que ela será mantida ao longo do ano, em grandes shows, feriados e festas populares tradicionais.
"A campanha inteira é ruim, não só pelo machismo, mas pelo proibicionismo moralista e ineficaz", escreveu Daniela Fernandes Alarcon, em resposta ao pedido de desculpas do Ministério.
Uma publicação voltada para o público masculino, compartilhada pelo Ministério da Justiça na quarta-feira, também gerou polêmica. Ela mostra um homem bêbado sem camisa sentado no chão e diz: "Algumas cervejas, horas jogado no chão, vários whatsapps para a ex".
Nesse caso, houve comentários críticos e elogiosos. Alguns usuários também viram nela um conteúdo machista e moralista.
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