terça-feira, 24 de fevereiro de 2015


Tempestade em chaleira d’água
         Depois que um técnico em eletricidade afirmou num programa de rádio que os trovões são o resultado do choque entre nuvens, um gaiato me enviou uma mensagem dizendo que ia colocar duas chaleiras com água em cima do fogão, uma de frente pra outra, e acender o fogo. Segundo ele, queria confirmar se os vapores de água se chocando produzem mesmo relâmpagos e trovões.

Comissão
         Cobrar comissão por intermediar negócios é uma prática comercial legal. Às vezes, prestamos algum favor a alguém, e este favor resulta em lucratividade, é comum o beneficiado oferecer algum “agrado” àquele que lhe proporcionou o lucro. Até aí, tudo bem. O crime só acontece quando um membro do poder público se utiliza do seu cargo para beneficiar quem quer que seja e cobra uma comissão pelo “favorzinho”.  As comissões no comércio variam em 10, 20, 30 por cento ou mais, a depender do acordo feito entre as partes interessadas. Mas, no Brasil, os políticos estão cobrando até 500 por cento ou mais. E nós, que pagamos pela corrupção deles, ainda sentimos saudades dos bons tempos em que Delfim Neto cobrava 10 por cento pelos negócios viabilizados pela sua embaixada.

Foi pelo atalho
         Alguém vacilou na estação climática da UEFS e um raio causou um prejuízo estimado em cerca de R$ 100 mil. Além disso, por tratar-se de equipamentos importados e de instituição do poder público, só Deus sabe quando e se a Estação voltará a funcionar. Tudo isso porque colocaram, ao lado de um para raios, uma estrutura metálica mais alta. O raio, é claro, escolheu o caminho mais curto.

Homenagem

Mas, eu disse
         Se há uma constante na minha vida é o fato de que toda vez que defendo uma opinião ou faço uma previsão, até os amigos dizem que sou “radical”, “polêmico”, “exagerado”, entre outros adjetivos. Se com isso eles querem dizer que sou convicto dos meus valores, defendo com firmeza de argumentos as minhas opiniões, e não uso meias palavras e, com isso, desagrado meus interlocutores, estão corretíssimos. Mas, também é verdade que, na maioria das vezes, aqueles que tiveram humildade, reconheceram que eu estava certo, como também eu sempre soube dar a mão à palmatória quando estava errado. Ouço agora no noticiário colegas falando que a inflação está de volta, que os policiais estão desprestigiados pela justiça, e que esta, por sua vez, está com as mãos atadas por leis esdrúxulas e retrógadas, e que o crime organizado é o segundo maior financiador de campanhas políticas. Eu previ isso há mais de uma década e venho sempre alertando sobre estes assuntos. Poucos foram os que me deram razão.
P.S. Eu encontrei o engraçadinho que me recomendou mudar de supermercado quando eu alertei sobre a alta constante do preço dos gêneros alimentícios. Ele não tinha nada para me dizer, então...

Leis
         Ouvi Ronaldo Caiado falando em reforma política que deverá trazer o fim da reeleição, mandato de cinco anos e unificação das eleições. Muito tem se falado também sobre mudanças no código penal, que deverá trazer leis com penas mais severas, redução da maioridade penal, e uma real independência para o poder judiciário. São discussões tão antigas quanto as eleições diretas, que deveriam promover algumas destas mudanças, inclusive, o sempre ventilado mas nunca discutido, fim da polícia militar. E o curioso é que tem gente que acredita que estas coisas irão acontecer. Eu, certamente, não estarei mais aqui, quando e se elas acontecerem.

História
         Estas questões me remetem à história do nosso país. Parece que os historiadores (se é que existem) estão mais ocupados em descontruir heróis e lendas do nosso passado, do que por ordem e verdade na nossa história contemporânea. Se os escribas do passado resolveram transformar em fato histórico qualquer peido soltado pelos nobres da época, não nos cabe perder tempo e dinheiro com isso. Há fatos importantes acontecendo e que não estão sendo registrados com a devida competência e imparcialidade. Isso sim, é temerário.

História II

         Os portugueses adoravam enaltecer qualquer merda para agradar a nobreza. E trouxeram para o brasil este costume. Exemplo típico é o “Dia do Fico” (era até feriado nacional), quando D. Pedro resolveu que não deixaria o Brasil. Ou seja, resolveu que era melhor viver aqui, na esbórnia (a marquesa de Santos que o diga), do que ter obrigações em Portugal. Aqui na Bahia, em Santo Amaro, existia (será que ainda existe?) um tamarindeiro famoso, ponto de visitação turística, porque D. Pedro, de passagem pelo local, desceu do cavalo e mijou no tronco da árvore. Se fosse um cidadão qualquer, sofrendo de incontinência urinaria, poderia pagar pesada multa ou até ser preso por ato obsceno em via pública.

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Por hoje é só que agora eu vou ali fazer xixi numa palmeira imperial


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