sexta-feira, 30 de junho de 2017

A polêmica casa sobre uma cascata considerada a 'melhor obra de arquitetura dos EUA'



Chicago, 16 de outubro de 1956. Frank Lloyd Wright, arquiteto mais famoso dos Estados Unidos à época, organizou uma entrevista coletiva para revelar o projeto do Illinois, um arranha-céu quatro vezes mais alto do que o Empire State.

Em junho deste ano se completaram 150 anos do nascimento de Wright, que naquele momento tinha 89 anos e acompanhava a construção do museu Guggenheim, em plena Quinta Avenida de Manhattan, e se mostrava mais radical e provocativo do que nunca.

O Guggenheim, controverso pela forma do edifício, ajudou Wright a conquistar popularidade na imprensa.


Wright era muito inteligente e à frente de seu tempo não só em arquitetura, mas também e assuntos de política e ética. Era, sem dúvida, um mestre do sarcasmo.

Uma vez, ele recomendou a um cliente que reclamara sobre uma infiltração no telhado de sua casa - o que fazia a chuva atingir as cadeiras da sala de jantar - que movesse as cadeiras.

E quando um tribunal lhe perguntou qual era sua ocupação, ele respondeu: "Sou o melhor arquiteto no mundo". Ao ser repreendido pela mulher pela resposta, disse: "Não tive escolha, Olgivanna. Estava sob juramento".



Desprezo pela cidade

Apesar da atenção midiática e da brilhante execução de seus projetos urbanos em Chicago e Nova York, o octagenário Wright não gostava muito das cidades. A paixão dele era a natureza.

O Illinois, desenhado para abrigar 100 mil pessoas, foi sua maneira de fazer frente à expansão urbana, de tratar de escapar da cidade e cuidar da natureza.

Mas o edifício acabou nunca sendo construído e Wright, com uma carreira que já completava três quartos de século, teve que construir um arranha-céu: a torre Price, que abriu as portas em 19 de fevereiro de 1956, em Bartlesville, no Oklahoma.

A fama mundial chegou com o desenho de centenas de residências americanas.

Uma delas é a Casa da Cascata (Fallingwater, na definição original em inglês), cujo projeto deu novo impulso a sua carreira em meados da década de 1930.

Era o período da Grande Depressão e um momento em que críticos começavam a classificá-lo como antiquado, em meio ao surgimento de uma geração mais jovem no modernismo europeu - Bauhaus, Le Corbusier e Mies van der Rohe - que conquistava os Estados Unidos.

Reconhecida internacionalmente como obra-prima, a construção integra o conjunto do patrimônio histórico dos EUA. (Leia mais no BBCBrasil)



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