quinta-feira, 15 de junho de 2017

Pesquisa Eleitoral e bucha de sena




A Bahia é, por natureza, um lugar impreciso. Não é a toa que Cabral para descobrir o Brasil, por acaso, veio bater por estas bandas. O baiano é um mestre na arte da dissimulação e do não comprometimento.

- E aí, meu irmão, quanto tempo, vamos marcar pra gente se ver

- Vamos sim. Quando?

- Semana que vem em diante qualquer dia.

- Melhor assim, sábado tem um almoço lá em casa, você pode aparecer

- Vou sim, vou ver se não tenho nada marcado e vou

- Que hora você chega?

- De meio dia em diante qualquer hora

Não é com pesquisa eleitoral que baiano vai dar mole. Tivessem vergonha os institutos nem apareceriam por aqui, de tanta besteira vergonhosa que já fizeram. Aliás, o Ibope, por aqui não vale uma banda de conto.


Na mais nova pesquisa ao governo o prefeito de Salvador, ACM Neto, nada de costas, mas sabemos que ela serve apenas para criar espuma. A eleição se avizinha uma das mais duras disputas. Se Neto tem o cheiro da novidade e um bom trabalho em Salvador -  já teve até mais folego- , Rui Costa faz um governo melhor do que se esperava dele. Há setores com falhas graves, há o imenso desgaste do PT, mas vem fazendo uma imagem de regularidade e surfa por ter botado o metrô de Salvador, literalmente, nos trilhos.

O fiel da balança será Otto Alencar com mais de 80 prefeitos, crescendo e com duas potentes máquinas na mão. Sedur e Desenbahia. Dizem os informantes que não será picado pela mosca azul, não sendo candidato e se mantendo fiel a Rui, elegendo o filho deputado e tocando o poderoso barco que terá a mão se vencer. 

No Senado a pesquisa trouxe o nome de Ronaldo entre quatro citados - o que é bom-, em quarto lugar - o que sugere precisar de muito trabalho. Sugere-se que uma vaga será de Wagner, o mais bem colocado na pesquisa e a outra vaga seria do grupo de Neto e vários candidatos para manter os apoios.

A boca pequena fala-se que Ronaldo poderia apoiar Rui - e não há porque não ter havido conversa que político sem conversa não é político-, mas a situação é complicada. Não que não pudesse haver migração, afinal, as grandes forças dentro do petismo baiano são ex-carlistas que se mudaram de mala , cuia e afinidades para o outro lado. O que pode impedir Ronaldo é a vantagem logística, díficil de mensurar. Até porquê,  não há vantagem em deixar de ser martelo - como ele é-, para ser prego. 

Claro que tudo isto pode mudar, afinal, o futuro da política baiana a Lava-Jato pertence. Não é a toa que o baleado Geddel ofereceu passaporte e sigilo bancário ao STF para evitar uma prisão. Dependendo da força com que ela se bandeie para o lado de cá pode haver um desarme total do jogo, visto que vários jogadores já foram citados. 

Deste modo a pesquisa atual não é nenhuma bucha de sena e  serviu apenas para embalar a conversa dos almoços e as pautas das redações, porquê o baiano mesmo só virá confirmar o voto da semana que vem em diante. Qualquer dia.  



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