Um homem de 35
anos que estava em estado vegetativo havia 15 anos apresentou sinais de
consciência e movimentou a cabeça e os olhos após receber um implante para
estímulo elétrico do sistema nervoso.
Um eletrodo foi
inserido próximo à artéria carótida e um gerador de impulsos elétricos,
implantado sob a clavícula do paciente. A cirurgia aconteceu em Lyon, na
França.
O homem, que
entrou em coma depois de sofrer um acidente de carro, recebeu estímulos de 30
hertz, em ciclos de 30 segundos, seguidos de cinco minutos de descanso.
Progressivamente, a intensidade foi sendo aumentada. Um mês depois, passou a
responder a instruções simples, como seguir objetos com olhos.
Especialistas
dizem que os resultados são potencialmente animadores, mas que é preciso
repetir o experimento. Estimuladores do nervo vago (ENV), que conecta o cérebro
e diversos órgãos do tórax e do abdome, podem não funcionar com a mesma
eficiência em diferentes padrões de lesão cerebral.
Desafio
Angela Sirigu,
do Instituto das Ciências Cognitivas Marc Jeannerod, contou que, para testar a
técnica, foi escolhido um paciente com um caso desafiador.
O nervo vago
controla funções automáticas ou subconscientes, incluindo alerta e vigília.
Após um mês de estímulos, a mãe do paciente relatou que ele apresentou melhor
capacidade em ficar acordado ao ouvir o terapeuta lendo um livro.
E as varreduras
cerebrais indicaram essa melhora, de acordo com o relatório publicado na
revista científica Current Biology.
O paciente
também começou a responder a situações de "ameaça". Por exemplo:
quando o médico aproximava a cabeça subitamente, ele reagia com surpresa,
abrindo os olhos.
"A
plasticidade cerebral e o reparo do cérebro ainda são possíveis mesmo quando a
esperança parece ter desaparecido", disse Sirigu, que é integrante da equipe
responsável pelo estudo.
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