quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Dar uma paradinha na dieta emagrece mais

Para muita gente, toda segunda-feira é “Dia Internacional de Começar a Dieta”. Para emagrecer, é preciso ter determinação de bodybuilder: várias horas gastas na esteira, muitos quilômetros de corrida e, principalmente, uma alimentação super restrita. Consumir qualquer coisa que extrapole as poucas calorias diárias é sinônimo de fracassar na missão. Pode ir dando adeus aos açúcares, gorduras e massas. Para perder os incômodos quilos a mais, é bom manter tudo isso de lado até que os resultados apareçam.
Mas um novo estudo, desenvolvido por cientistas australianos, mostrou que as coisas não precisam ser assim tão radicais. Na verdade, pausar um pouco um cronograma cheio de restrições pode até facilitar seus objetivos. Para chegar nessa ideia, os pesquisadores analisaram a maneira que 47 voluntários obesos respondiam a um corte drástico na alimentação – simulando uma dessas dietas da moda que visa diminuir ao máximo a quantidade de calorias ingeridas.

Enquanto parte das cobaias passou 16 semanas seguidas consumindo apenas um terço das calorias diárias recomendadas, o restante adotou um regime um pouco mais razoável. Tinham de comer de forma restrita somente a cada duas semanas. Cumpridos os primeiros 14 dias, eles folgavam por mais 14, em que podiam comer o suficiente para manter o peso estável. Depois disso, voltavam para a dieta pouco calórica – sempre intercalando entre os períodos. Para eles, o experimento durou 30 semanas, o que garantiu que cumprissem as mesmas 16 semanas de dieta do primeiro grupo.
Embora a disciplina e abdicação total pareçam ser as fórmulas para o sucesso, ficar totalmente focado no regime não foi sinônimo de bons resultados. Quem realizou as pausas perdeu, em média, 8 kg a mais do que aqueles que se mantiveram fiéis à dieta. Além disso, o grupo também ganhou menos peso ao fim do estudo, em comparação a quem ficou esfomeado por 16 semanas seguidas.
“Ao que parece, essas ‘pausas’ que adotamos no experimento podem ser determinantes para o sucesso de um regime”, explicou Nuala Byrne, que liderou o estudo, em comunicado. Para a pesquisadora, a técnica é eficiente porque consegue combater a chamada “reação faminta”, que é a principal causa de desistência das dietas.
“Quando reduzimos o total de calorias durante uma dieta, o metabolismo passa a descansar por mais tempo do que está acostumado, o que torna a tarefa de perder peso mais difícil”, explica Byrne. “Essa reação é um mecanismo de sobrevivência que ajudou nossa espécie a sobreviver quando a comida era escassa. Hoje, ela atua de outra maneira: ajuda a aumentar a circunferência de nossos quadris, mesmo quando há comida disponível”.
Isso acontece porque é difícil seguir um cronograma tão exigente por tanto tempo. Sendo assim, é normal que as pessoas acabem cometendo alguns deslizes de percurso – se permitindo, por exemplo, comer um chocolatinho para saciar a fome que insiste em não passar. Por outro lado, quem sabia que teria um período de “descanso” conseguia se manter firme por mais tempo – e tinha menos chance de ceder às tentações.
Ou seja: de nada vale se jogar de cabeça na dieta da Lua ou da sopa se você não estiver totalmente confortável com a decisão. Para que o regime seja um processo mais natural, pode ser uma boa ideia colocá-lo para escanteio de vez em quando. Desde que você tenha força de vontade para retomá-lo depois, é claro. (Super Interessante)


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