Tomar uns drinks pode fazer você se sentir bem. O álcool estimula a
atividade do ácido gama-aminobutírico, um neurotransmissor que está
relacionado à sensação de relaxamento e bem-estar. Mas beber tem um
preço, ou melhor, alguns: dor de cabeça, enjoo, boca seca e
sensibilidade à luz no dia seguinte. Um conjunto de incômodos
mundialmente conhecido como ressaca. Mas as consequências por exagerar
no happy hour podem estar com os dias contados. Uma dupla de cientistas
promete resolver os efeitos colaterais do álcool.
A ideia é fruto da parceria entre os professores Yunfeng Lu e Cheng Ji, das Universidades da California e do Sul da California.
Para acabar com a ressaca, eles querem reforçar o órgão que mais sofre
com o álcool: o fígado. Os pesquisadores sintetizaram pequenas
quantidades de oxidase, catalase e aldeído desidrogenase, enzimas que o
fígado usa para metabolizar o álcool. O objetivo é que, com doses extras
desses compostos, o corpo humano consiga diminuir os efeitos negativos
da birita.
De acordo com um estudo
publicado pelos pesquisadores, os testes com ratos foram bem sucedidos.
“Nós mostramos que, em roedores alcoolizados, o tratamento diminuiu em
45% o percentual de álcool no sangue”, afirmou Yunfeng em comunicado.
“Assim que acordavam do sono induzido pelo álcool, os roedores se
recuperaram mais rápido do que seus colegas que não foram medicados –
algo que pode interessar a todos os universitários”, brinca.
Os cientistas injetaram uma combinação dessas enzimas nos ratos, mas a
ideia é que elas possam ser transformadas em comprimido – e usadas por
humanos. “Estamos fazendo testes para garantir que as cápsulas são
seguras. Se os tratamentos forem efetivos, nós podemos começar os testes
com humanos em menos de um ano”, diz Yunfeng.
Não é a primeira vez que cientistas procuram a cura para a ressaca.
Um medicamento parecido, chamado de RU-21, é vendido nos EUA desde 2004.
Seus fabricantes afirmam que a receita é fruto de pesquisadores
soviéticos que, durante a Guerra Fria, tentaram produzir uma pílula para
que os espiões russos nunca ficassem bêbados (a ideia é que eles
pudessem levar seus alvos para um bar e encher a cara da vítima até ela
contar tudo o que sabe). Mas quem já provou o medicamento afirma que ele ajuda, mas não cura a ressaca. Quem sabe desta vez funcione. (SuperInteressante)
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