Ouvi uma discussão no rádio sobre se
homens e mulheres devem ganhar o mesmo salário quando desempenham funções
iguais. Essa discussão sequer deveria existir se as pessoas se dessem ao
trabalho de pensar e não fossem como a minha avó chamava esse tipo de gente:
“Maria vai com as outras”. Os idiotas “politicamente corretos” devem ter rido
muito com tal discussão. Politicamente corretos vocês sabem, são aqueles que
pregam que se as pessoas não chamarem um pivete de pivete, e sim de menor em
risco social ele deixará de ser pivete. Choveram opiniões. Algumas sensatas e a
maioria estapafúrdia. E eu lembrei de uma passagem da minha vida.
Seguinte: No início da década de 70
eu trabalhava numa indústria que produzia motores e reatores elétricos. Eu fui
deslocado da linha de montagem de motores para a linha de confecção de bobinas
de reatores que acabara de ser instalada. Nosso grupo que era composto por
homens e mulheres, recebeu treinamento e começamos a trabalhar em máquinas
novinhas. Ao fim de algum tempo a nossa média máxima de produção, sem perdas, era
de 15 bobinas por dia, e era considerada satisfatória.
Na inquietude dos meus 16 anos (sim, menor
podia trabalhar e ter a carteira assinada. Que felicidade!), eu descobri uma
manha que me levou a produzir 30 bobinas/dia, o dobre da média. Recebi, juntamente
com um colega, que também descobrira a manha, muitos elogios e tapinhas nas
costas. Mas aquilo não se traduziu em dinheiro, e eu e o colega continuamos a receber
o mesmo salário que os demais. Homens e
mulheres que não conseguiram igualar a nossa marca e continuavam a matar hora
indo ao banheiro para fumar ou tomando cafezinho. Aquela foi a minha primeira
desilusão no mundo do trabalho. Perdi o entusiasmo e o emprego, mas ganhei um
grande ensinamento: Trabalhe para quem lhe respeite pela sua capacidade e valoriza
seu esforço pelo que você produz, e não pelo seu sexo, raça, religião ou
ideologia política. E me dei muito melhor assim.
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