 São impressionantes as reações desencadeadas pela revelação de um 
memorando  da CIA mostrando que as execuções de opositores ao regime 
militar eram do conhecimento do ex-presidente Geisel, e autorizadas por 
ele, friamente, e por Figueiredo, que tinha a palavra final sobre quem 
morria e vivia. Era uma política de Estado, que foi centralizada no 
Planalto Central,  e não uma ação descontrolada dos agentes militares. 
Geisel, que reagiu, é verdade, contra a tigrada mais aloprada, inclusive
 demitindo o general Sylvio Frota, e conduziu a abertura “lenta e 
gradual”, não deixou o pragmatismo militar ao concordar com a política 
de eliminação de subversivos e vai carregar, historicamente, o preço de 
suas escolhas.
São impressionantes as reações desencadeadas pela revelação de um 
memorando  da CIA mostrando que as execuções de opositores ao regime 
militar eram do conhecimento do ex-presidente Geisel, e autorizadas por 
ele, friamente, e por Figueiredo, que tinha a palavra final sobre quem 
morria e vivia. Era uma política de Estado, que foi centralizada no 
Planalto Central,  e não uma ação descontrolada dos agentes militares. 
Geisel, que reagiu, é verdade, contra a tigrada mais aloprada, inclusive
 demitindo o general Sylvio Frota, e conduziu a abertura “lenta e 
gradual”, não deixou o pragmatismo militar ao concordar com a política 
de eliminação de subversivos e vai carregar, historicamente, o preço de 
suas escolhas. 
 De um lado há os que acham que o fato de serem guerrilheiros e 
desejarem implantar um ditadura comunista, como já revelou o 
ex-guerrilheiro Fernando Gabeira, é motivo suficiente para que fossem 
executados, esquecendo que ao assumirem essa posição tornam-se iguais e 
justificam as ações dos comunistas quando chegam ao poder.  Há os que 
apelam para o fato que estes guerrilheiros executaram civis, militares, 
fizeram tribunais de exceção sem nenhum critério e mataram companheiros 
que consideravam traidores, como se isso fosse autorização para o Estado
 justificar sua ação criminosa, agindo sem o respeito à lei.
 Por outro lado, há os que negam os objetivos da guerrilha, o 
totalitarismo com que costumam agir, e as vítimas inocentes que fizeram,
 em atentados, como se não tivessem de pedir desculpas à sociedade. 
Outros dizem que o passado não tem importância e a história não deve 
cumprir seu papel; e há os que enxergam, apenas, um ato político contra 
um candidato militar, como se isso superasse o fato em si, em sua 
crueza.
          A revelação do documento não pode ser tomada como argumento de
 torcida, de nenhum lado. Ele é duro, violento, bruto em sua realidade e
 doloroso a muitas famílias.  Ainda, que se tente compreender o papel 
das Forças Armadas em combater uma guerrilha armada- onde havia gente 
lutando pelo poder e gente que acreditava, honestamente, em libertar o 
país, da ditadura-, e que se justifiquem os mortos em combate, não se 
pode aceitar, sob argumento algum, a execução de prisioneiros- seja quem
 for- sob custódia do Estado. Isso é barbárie e não pode ser 
compreendido como legítimo por nenhuma sociedade, nem deve ser 
esquecido, pois, toda vez que esquecemos, toda vez que a história se 
omite em narrar a realidade, aprofundamos a chance de recairmos no erro.
 O fato, no entanto, não impacta no papel e comportamento atual das 
Forças Armadas. 
 O que é lamentável, é que todos tentem justificar, seus atos, quando 
não há justificativa para nenhum dos excessos.  Dois erros, não fazem um
 acerto.
 
 
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