
A escolha era determinada pela oportunidade de desviar
recursos e não por uma política de investimentos de capitais- mais de
R$50 bilhões- que seguisse uma política de vantagem econômica. São
países com mecanismos mais fracos de controle econômico (Angola,
Moçambique, Costa Rica, Guatemala, Republica Dominicana); parceiros
corruptos (Peru, Chile, Equador); ex-financiadores de campanha como
Líbia, Cuba, Venezuela, em que o dinheiro era investido como retorno, ou
afinidades ideológicas, como o tosco bolivarismo, pouco importando as
reais garantias de recebimento. Não é a toa que iremos pagar, agora, um
rombo de R$1,3 bilhões do calote da Venezuela e Moçambique.
Lula não tinha escrúpulos em compactuar com ditaduras,
chamar Kadaffi de “amigo, irmão e líder”; condecorar o carniceiro
ditador da Síria; dizer que o Irã, que pendurava opositores enforcados
em postes vivia apenas um Fla x Flu com a oposição; que na Venezuela
havia” democracia demais"; que os presos políticos de Cuba, em greve de
fome, eram como os presos comuns de São Paulo.
Não havia limites morais nas ações de seu governo, aqui,
ou fora. Não foi a toa que abraçou Maluf; beijou as mãos de Jader
Barbalho e disse que era uma "aula de ciência política"; defendeu Sarney
dizendo que não era "um homem comum"; afirmou que Chávez “era um aliado
excepcional”; e que votar no devasso Cabral era ” obrigação moral e
política”. Havia, apenas, o pragmatismo de oportunidades.
A organização do Foro de São Paulo ofereceu um verniz
ideológico que permitiu ao PT, guiado por Lula e Dirceu, estabelecer um
dos mais perigosos projetos de dominação política-baseado na corrupção-,
que já tivemos.
A ação, estrategicamente, contou com a pregação contínua da
divisão da Sociedade, tão bem incorporada por Lula no “nós contra
eles”, e foi mascarada pela compra de forças sociais (Universidades,
intelectuais, estudantes, sindicatos, ONGs), através de verbas com
poucos controles; distribuição de benesses à população mais carente -
que lhes seria retomadas mais tarde com a violenta crise econômica e
recessão que Dilma produziu-, mas que serviu para conquistar os corações
e mentes dos que estavam cansados de nossa brutal desigualdade social.
Não foi uma ação de saque aos cofres públicos pela mera
ambição de ficar rico, que move a maioria dos corruptos pluripartidários
nacionais: havia método, objetivo político, comprometimento ideológico,
projeto de poder.
Essa foi a verdadeira ameaça, e, da qual, ainda não escapamos completamente.
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