quinta-feira, 24 de maio de 2018

Guerra? Quem falou em guerra?


            Pela primeira vez ao longo dos meus mais de 60 anos, vejo nascer no Brasil um movimento de protesto justo e ordeiro, nascido no seio da uma categoria de trabalhadores, sem a presença de políticos, sindicalistas ou outros oportunistas. A paralisação dos caminhoneiros é um sonho que alimento desde a adolescência, pois num país que abandonou as ferrovias e o transporte fluvial, e optou por rodovias para atender a interesses estrangeiros e corruptos brasileiros, o caminhão é a chave que liga ou desliga um País. Então, finalmente, chegou a hora do “Para pra acertar”.  
            Com o País paralisado, se o movimento resistir e manter os vagabundos afastados, poderemos ter negociações e ganhos reais para todos e não apenas para os caminhoneiros, que não devem afrouxar a mão se quiserem conquistar alguma coisa. Todo mundo está disposto (a parte sã da sociedade, é claro) a apoiar a paralisação, mesmo tendo perdas, pois sabemos que ganharemos mais num futuro próximo. Essa vergonhosa carga tributária tem que baixar, os políticos têm que parar de roubar, e os próprios cidadãos tem que aprender a pensar coletivamente e não apenas nos seus mesquinhos interesses pessoais.
Melhor uma paralisação fortalecida, onde sofremos apenas perdas materiais, do que guerra civil, onde vidas são perdidas. Mas, já tem líder sindical dizendo que “começou a guerra”. Que guerra? Quem falou em guerra”? Estamos nos preparando como se fossemos para uma. Estocando alimentos e outros gênero de primeira necessidade, para enfrentarmos o desabastecimento. Mais que nunca precisamos ser solidários e compreensivos para com os nossos semelhantes para sobrevivermos todos à tempestade que se anuncia. Mas não é uma guerra. Apenas um movimento de cidadãos conscientes dos seus direitos e deveres, exercendo o seu direito democrático de se manifestar e reivindicar, para consertar o que está errado.
Mas se tem alguém querendo guerra, as Forças Armadas estão aí para isso mesmo. Para proteger os cidadãos da sanha assassina dos vagabundos comunistas, que não produzem nada e querem tomar o que outros produziram com trabalho e esforço.

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