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César Oliveira |
Caso
se confirme os dados da pesquisa eleitoral teremos um desastre
monumental da oposição, na Bahia. Um 7x1 local. E esse desastre tem um
dono: ACM Neto, que conduziu o processo da forma mais egoísta, e
despreparada, possível. Enquanto Rui trabalhava e articulava, a Bahia
esperava um candidato novo, na oposição, que vinha de um bom mandato
como prefeito, mas eis que na undécima hora, na madrugada, o prefeito
desistiu deixando todos os seus aliados na rua da amargura. E, mais
ainda, deixou a Zé Ronaldo, o trabalho de tentar unificar a nova chapa,
perdendo tempo, e nunca plenamente aceita por João Gualberto, por
exemplo.
Ronaldo que havia se preparado para o Senado, viu-se sem mala e
cuia. Se mantém candidatura ao Senado, sabia que as chances eram
remotas, afinal, ganhar o Senado sem um puxador de voto, é quase
impossível. A possível eleição de Lázaro deve-se a existência de um
fator extra-campo: a religião. Então, sacrificou-se pelo partido: foi
ser candidato a governador, universalizando seu nome, gastando as verbas
do partido, e ganhando crédito em caso de vitória nacional. Era sua
melhor alternativa, ou voltar para a casa onde mora há 40 anos. Próximo a
Casa Rosada, um restaurante caseiro.

Então, no último debate, Ronaldo – que, aliás, estava duro,
incisivo, quase excessivo, a ponto de dar margem a Rui lhe dar um pito-
surpreendeu e declarou apoio a Bolsonaro, contrariando Neto, que apóia
Alckmin. A Bahia foi à loucura, e a notícia- dizem que plantada, não se
sabe bem- correu o Brasil, afirmando que Neto havia deixado a campanha
do ex-prefeito de Feira, o que foi desmentido depois.
Alguns apontam traição em Ronaldo e outros que foi uma
vingança pelo escasso apoio e falta de futuro. Uns dizem que ACM Neto
gostaria de ser o negociador desse apoio no segundo turno e Ronaldo deu
um drible da vaca, no líder. Uns que foi apenas descontrole. O próprio
Ronaldo disse que seu objetivo maior é derrotar o PT. É possível que
todos estejam certos; é possível que todos estejam errados. Como diz um
amigo que já tem três frases para fazer um livro: o jogador é que sabe a
hora de jogar. Ronaldo arriscou: espaço, parceria, partido, sucessão.
Pode dar certo, e como animal político ele manterá um lugar ao sol; pode
dar errado, e sempre restará a ótima feijoada da Casa Rosada.
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