Uma organização não
governamental (ONG) a favor da maternidade, que atua em diversas
frentes, começou uma campanha essa semana em que convida as pessoas que
têm filhos a marcarem essa experiência de #serpai e #sermãe no perfil do
LinkedIn, atualmente a maior rede social profissional do mundo.
A ONG Somos Mães trabalha para a democratização da informação falando com mais de 280k pessoas nas redes online @somosmaesevc
(IG e Face). Para aderir à campanha, basta inserir uma nova experiência
no perfil, marcar como cargo mãe ou pai, e explicar como essa “função”,
em tempo integral, agregou em sua vida.
O objetivo, segundo a entidade, é causar
orgulho, empoderamento, humanização e ver a união das forças
profissionais e das forças pessoais, lado a lado.
“Além de se autovalidar, você valida outro
pai e outra mãe, fazendo com que, ao verem o seu perfil, também se
sintam seguros para reconhecer suas experiências de parentalidade.
Assim, ajudamos a inibir movimentos que possam constranger ou prejudicar
mães e pais nos ambientes de trabalho, pelo simples fato de exercerem
esse papel. Juntos podemos fortalecer a #culturafamilyfriendly e facilitarmos que o mundo compreenda que ser mãe e ser pai é potência”, explica a responsável por projetos e ações in company, Anne Bertoly.
Engajamento real
Ela conta que o movimento ainda é simples e
um pouco tímido, com impulsionamento manual, e trabalha o engajamento
real no “um a um”. “Em nossos primeiros contatos, vêm à tona o que o
senso comum nos faz acreditar, ao passo que nos aproximamos da
parentalidade, consequentemente, nos afastamos da nossa vida
profissional”.
Segundo Anne, o movimento é sobre ser espaço para que a cultura family friendly
evolua e ganhe forças. “Trabalhamos para que o processo de
desenvolvimento a partir da parentalidade seja algo natural, positivo e
que pode (e deve) ser declarado”, disse.
Ela conta que, apesar da ideia ser bem
recebida por profissionais, ainda há um certo medo em prejudicar suas
carreiras ao marcar a parentalidade como uma experiência relevante no
perfil do LinkedIn.
“O exercício da parentalidade é um dos
grandes portais de desenvolvimento da vida, e que, conforme vivemos os
desafios desse papel, fortalecemos ou conquistamos novas habilidades,
que, diferente do que muitos pensam, carregamos com a gente para todas
as esferas da nossa vida, incluindo a profissional”, comentou.
Segundo Anne, mães e pais contam que, depois
que seus filhos chegaram, se tornaram pessoas mais focadas, objetivas,
organizadas, criativas, produtivas, conscientes, empáticas e citam
muitas outras habilidades.
Em sua experiência nas empresas, Anne
revelou que não só mães e pais contam com orgulho quais foram as suas
conquistas nesse papel, mas gestores que lideram equipes em empresas que
acolhem as vidas pessoais dos seus colaboradores dizem que nesses
ambientes é possível identificar aumento na produtividade.
“E maior engajamento e muitos ganhos na
retenção de talentos que, talvez, surjam mesmo a partir desses momentos
da vida”, ponderou
Para ela, essas constatações são pontuais.
“A verdade é que mães (principalmente e disparado na frente desse
ranking) ou mesmo pais, sofrem constantemente algum tipo de
constrangimento nos seus ambientes de trabalho, ou mesmo são demitidos
pelo simples fato de terem filhos”.
Anne orienta que, se uma empresa quer ser family friendly, seu movimento deve partir do olhar individual, da proximidade com o colaborador e da compreensão do seu movimento.
“É a partir desse lugar, onde a empresa
decide se comportar como facilitadora também dos processos pessoais dos
seus colaboradores, que acordos adequados e sustentáveis podem ser
feitos, considerando recursos disponíveis para ambos – empresa e
funcionário”, comentou.
Licença maternidade
Ela cita um exemplo simples do que pode ser
feito: no fim do período de licença maternidade ou paternidade de um
colaborador, o empregador pode ouvir como está a adaptação dele e de sua
família nessa fase, saber quais são as necessidades deles, ajudar a
encontrar a creche ou o sistema adequado para os cuidados com o bebê.
“Talvez uma consultoria de amamentação valha
até mais do que um lactário! Como saber? Perguntando! E aí você acha
que a empresa se vê obrigada a atender todas as demandas? Não! É acolher
um ao outro numa conversa real sobre o que é possível fazer”,
argumentou.
Anne disse, ainda, que a campanha é uma onda de apoio para um mundo mais humanizado.
“Esperamos que cada vez mais mães e pais se
sintam encorajados a assumirem orgulhosos sua parentalidade, e que
juntos possamos inibir ações que constrangem essas pessoas, só por
exercerem esses papéis, e que, num futuro próximo, todos se sintam
acolhidos pelo que são sem prejuízos criados pelos senso comum e
conclusões precipitadas, que fazem todos perderem, os indivíduos, as
empresas e a sociedade”, acredita. (Agência Brasil)
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