sábado, 2 de novembro de 2024

 


Em virtude da comemoração do Dia de Todos os Santos e Dia de Finados, duas datas significativas especialmente para o religioso povo baiano, cheio de tradição e fé, nada melhor do que falar sobre o Hino ao Senhor do Bonfim, considerado por muitos como padroeiro da Bahia.

O 'Hino do Senhor do Bonfim', interpretado por Caetano Veloso em parceria com Gal Costa, Gilberto Gil e Os Mutantes, é uma música que exalta a fé e a história do povo baiano. A letra faz referência ao Senhor do Bonfim, uma figura central na devoção religiosa da Bahia, e celebra um momento de vitória e proteção divina que se estendeu ao longo de cem anos.

A canção começa com uma saudação ao redentor, agradecendo e glorificando sua presença e ajuda no passado, quando conduziu os antepassados baianos à vitória. A 'sagrada colina' mencionada na letra é uma clara referência à Igreja do Senhor do Bonfim, localizada em uma colina em Salvador, que é um símbolo de fé e peregrinação para muitos devotos. A música pede a 'graça divina' da justiça e da concórdia, valores essenciais para a harmonia social e espiritual.

Além do aspecto religioso, a música também pode ser interpretada como uma celebração da identidade cultural da Bahia, com seu povo cantando e exultando em homenagem à sua cidade e à sua história. A repetição do pedido por misericórdia, justiça e concórdia reforça o desejo de um futuro guiado por esses princípios, sob a proteção do Senhor do Bonfim. A música, portanto, é um hino de esperança, fé e união para o povo baiano. (O significado desta letra foi gerado automaticamente.)

Fonte - letras.mus.br

 Conheça a história do hino

Conforme o historiador Rafael Dantas, tudo surgiu quando uma comissão de pessoas notáveis da época, que também estava encarregada das comemorações vinculadas ao centenário da Independência da Bahia, pediu para ser criado um hino que resgatasse uma parte da história do século 19, fazendo ligação com o Senhor do Bonfim e a colina sagrada.

“O pedido feito foi de um hino festivo, imponente e solene. Percebe-se que a letra dele coloca não só culto ao senhor do Bonfim e à colina sagrada, mas à Bahia e ao episódio de liberdade, nesse processo de vitória ao longo dos anos que estavam inseridos no processo de Independência da Bahia. É uma letra evidentemente religiosa, mas que tem em sua origem toda uma motivação relacionada à independência baiana”, disse Rafael Dantas.

Coube a Arthur de Salles compor a letra e a João Antônio Wanderley – que era maestro da Banda da Polícia Militar da Bahia na época – a melodia do hino, que ficou imortalizado nas vozes de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Os Mutantes em 1968, no disco “Tropicália ou Panis et Circensis”. Nos trechos mais famosos da canção, é possível perceber menção clara ao centenário da independência da Bahia: “Glória a Ti nesse dia de glória/ glória a Ti, redentor, que há cem anos/ nossos pais conduzistes à vitória pelos mares e campos baianos…”. 

Reitor da Basílica do Senhor do Bonfim, o padre Edson Menezes ressaltou por ocasião dos 100 anos do hino, no ano passado, a força da junção da religiosidade e da luta do povo baiano no hino: “A letra e música foram compostas para lembrar os tempos heróicos da luta, mas, de acordo com religiosos da época, o Senhor do Bonfim ajudou na vitória do povo baiano. O hino se tornou como uma oração, não só do povo baiano, mas posso dizer também do povo brasileiro. É difícil chegar em um lugar em que as pessoas não saibam cantar o hino ao Senhor do Bonfim”.

Informações: Alôalôbahia

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