‘Tema Livre’
Infindáveis, são as
impertinências
a nos turvar a mente,
quando, descompromissados,
encaramos
o sideral mundo-mágico das
palavras.
Tanto seja, entre as
concatenadas,
amigas-íntimas do viver-saber do
poeta,
quanto às edulcoradas pela poesia
brotada em corações sensíveis,
sem esquecer outras mais,
as que desnudam segredos,
reveladoras de feitos,
sepultados em covas-rasas da memória.
Ante espectro de tal amplitude,
um ‘tema livre’, em vez de nos
orientar à precisão
dos concêntricos círculos de um
alvo;
esfumaça a linha do horizonte,
tonteia-nos,
como se birutas, fôssemos.
O somatório de tais incômodos,
converte em jogo – delicioso,
diga-se –
o trazer à tona, o dar-se vida a
um tema,
livre de quaisquer vínculos
pessoais, temporais, específicos
ou gerais.
O que nos restará, então?
Talvez, um texto-passarinho,
em seu primeiro voo, ao redor do
ninho.
Talvez, um não dizer, dizendo;
um não ser, sendo;
um não saber, sabendo.
Talvez, um rimar outro. algo
maroto,
Um fundir verdade com sinceridade.
Talvez, uma só rima.
Talvez, um só talvez, ali na
esquina.
Talvez, um viva à liberdade!
Sem princípio, meio e fim.
Simples, assim!
Hugo Adão de Bittencourt Carvalho (1941), economista, cronista, é
autor do livro virtual
Bahia – Terra de Todos os Charutos, das crônicas Fumaças Magicas
e Palavras ao Vento,
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