Eu conheci um bispo em Jequié que tinha
um motor estacionário movido a água. O princípio é bem simples: através da
eletrólise separa-se o oxigênio do hidrogênio, e este último, que é inflamável,
vai para a câmara de combustão onde é queimado com a ajuda do oxigênio. Pouco
tempo depois de ter revelado sua invenção para amigos e para a imprensa local,
ele entrou em reclusão e passou a negar veementemente que havia inventado um
motor movido a água. Fica fácil imaginar por que?
Mas, cientistas já desenvolveram um
método para converter urina em fonte de energia elétrica. Também foi
descoberta uma nova fonte energética, considerada mais econômica, além de
produzir uma luminosidade superior a de produtos disponíveis no mercado. A
“lâmpada de plástico” tem base em uma tecnologia chamada em inglês de “Fipel”.
As energias
renováveis e não poluentes estão sendo utilizadas em larga escala no mundo inteiro
e o Brasil sempre esteve na vanguarda destas pesquisas. Por que então damos
tanto valor aos combustíveis fósseis? São caros, poluem o ambiente, e causam
sérios danos à saúde das pessoas e do planeta. Por que não investir pesado no
desenvolvimento e uso de energias alternativas? Até o álcool combustível, uma
tecnologia brasileira, já está ultrapassada.
Houvesse
sensatez e vida inteligente na política brasileira, essa “Guerra do Petróleo”
não estaria acontecendo. Mas no Brasil é sempre assim. O governo erra até
quando quer acertar. É claro que o petróleo é de todos, é do Brasil, e não de alguns poucos
estados produtores. Mas, não se desmonta assim, sem mais nem menos, sem medidas
que suavizem o impacto econômico, um sistema que está implantado há quase um
século.
Quer
dividir por todos os royalties do petróleo? Tudo bem. Mas vamos fazer isso
paulatinamente e oferecendo compensações à medida que os estados produtores
forem perdendo receita com a renúncia dos royalties. Uma forma de incentivo
seria promover compensações maiores para quem mais investisse no
desenvolvimento e uso de energias limpas e renováveis.
Todos só
teriam ganhos nas mais diversas formas, mas, principalmente, financeiros e
sociais. E chegaria o dia em que os árabes, sem ter a quem vender, usariam o
petróleo apenas para iluminar suas aldeias e, quem sabe, a ignorância e a
miséria em que vive imersa a maioria das populações daqueles países.
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