sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

A “Guerra do Petróleo”



         A história está repleta de exemplos que mostram como os interesses econômicos atrasam o progresso e impedem que vivamos num mundo mais confortável e saudável. Thomas Edison, por exemplo, teve que enfrentar uma luta monstruosa para provar que poderia iluminar as cidades com uma fonte de luz melhor menos danosa ao meio ambiente que os lampiões de gás e querosene. Os produtores e revendedores dos subprodutos do petróleo (gás, querosene, diesel, gasolina, etc.), fizeram de tudo para que ele não obtivesse sucesso com a sua invenção, a lâmpada elétrica.
          Eu conheci um bispo em Jequié que tinha um motor estacionário movido a água. O princípio é bem simples: através da eletrólise separa-se o oxigênio do hidrogênio, e este último, que é inflamável, vai para a câmara de combustão onde é queimado com a ajuda do oxigênio. Pouco tempo depois de ter revelado sua invenção para amigos e para a imprensa local, ele entrou em reclusão e passou a negar veementemente que havia inventado um motor movido a água. Fica fácil imaginar por que?
          Mas, cientistas já desenvolveram um método para converter urina em fonte de energia elétrica. Também foi descoberta uma nova fonte energética, considerada mais econômica, além de produzir uma luminosidade superior a de produtos disponíveis no mercado. A “lâmpada de plástico” tem base em uma tecnologia chamada em inglês de “Fipel”.
          As energias renováveis e não poluentes estão sendo utilizadas em larga escala no mundo inteiro e o Brasil sempre esteve na vanguarda destas pesquisas. Por que então damos tanto valor aos combustíveis fósseis? São caros, poluem o ambiente, e causam sérios danos à saúde das pessoas e do planeta. Por que não investir pesado no desenvolvimento e uso de energias alternativas? Até o álcool combustível, uma tecnologia brasileira, já está ultrapassada.
          Houvesse sensatez e vida inteligente na política brasileira, essa “Guerra do Petróleo” não estaria acontecendo. Mas no Brasil é sempre assim. O governo erra até quando quer acertar. É claro que o petróleo é de  todos, é do Brasil, e não de alguns poucos estados produtores. Mas, não se desmonta assim, sem mais nem menos, sem medidas que suavizem o impacto econômico, um sistema que está implantado há quase um século.
          Quer dividir por todos os royalties do petróleo? Tudo bem. Mas vamos fazer isso paulatinamente e oferecendo compensações à medida que os estados produtores forem perdendo receita com a renúncia dos royalties. Uma forma de incentivo seria promover compensações maiores para quem mais investisse no desenvolvimento e uso de energias limpas e renováveis.
          Todos só teriam ganhos nas mais diversas formas, mas, principalmente, financeiros e sociais. E chegaria o dia em que os árabes, sem ter a quem vender, usariam o petróleo apenas para iluminar suas aldeias e, quem sabe, a ignorância e a miséria em que vive imersa a maioria das populações daqueles países.

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