A ideia inusitada nasceu em 2004, com o desejo de lutar por uma sociedade livre, em que o sexo – sem repressões – seja visto como parte da natureza e ajude, claro, a “salvá-la” da destruição.
A Fuck For Forest, criada pela sueca Leona Johansson e pelo norueguês Tommy Hol Ellingsen, se autodenomina uma organização ecológica e erótica sem fins lucrativos.
“Sexo frequentemente nos atrai para comprar todo o tipo de besteiras e
ideias, então por que não para uma boa causa?”, dizem os organizadores
no site.
A página na internet
possui um arquivo de fotos e vídeos dos ativistas e amigos nus ou
fazendo sexo. Para ter acesso, é preciso fazer uma doação em dinheiro ou
juntar-se ao grupo como um “ativista erótico”. Há também um link para
compra de camisetas e pôsteres.
Hoje, mais de 1300 pessoas fazem parte da
organização. No vídeo abaixo, um dos ativistas explica a proposta da
Fuck For Forest e argumenta que há contradições na criminalização do sexo e da nudez.
“Se eu tirar minha roupa e andar pelado pelas ruas eu serei preso,
enquanto pessoas que provocam a destruição da natureza, grandes
empresas, grandes grupos capitalistas que destroem tudo ao redor deles
podem atuar livremente. Nós acreditamos que há um desequilíbrio neste
mundo”.
O intuito é chamar a atenção e arrecadar fundos para ajudar projetos ambientais no Brasil, Equador, Costa Rica e Eslováquia.
Algumas organizações se recusam a aceitar o dinheiro da FFF. De acordo com reportagem publicada no site Overmundo em
2011, a organização ajudou dois projetos ambientalistas no Brasil. Um
deles é a Escola da Mata Atlântica (EMA), um projeto multicultural de
educação ecológica, que posteriormente criou o Centro Holistico da
Aldeia da Mata Atlantica (CHAMA), em Silva Jardim no Rio de Janeiro. O
FFF conta que doou 13 mil euros em janeiro de 2009 para que a EMA
comprasse o terreno de que precisava para continuar o trabalho de
reflorestamento, proteção e pesquisa ambiental na região.
Em Rondônia, apoiou a compra de um terreno para índios da região, com
a doação de 22 mil euros. Além disso, a FFF participou de alguns
eventos, como o Aldeia Rock Festival, no RJ, e o Fórum Social Mundial,
realizado em 2009 em Belém.
O site da organização foi desenvolvido com a ajuda do governo
norueguês, que deu dinheiro por seis meses para que os ativistas
começassem o projeto. Com o tempo, após críticas da mídia, o governo
lamentou o financiamento. “O governo da Noruega ficou frustrado em ter
ajudado a construir uma organização ecológica indecente”, ironiza o
site.
Em 2005, Tommy e Leona transaram no palco do show da banda de rock
“The Cumshots” e foram obrigados a pagar uma multa de mais de 1200
euros. “Fomos punidos por fazer amor! Quando a nossa sociedade vai
começar a punir pessoas que contaminam nosso ar e nossa água?”,
questionam.
“Eu acho que a supressão da sexualidade tem sido usada na nossa
sociedade por instâncias de poder para reprimir as pessoas, mantê-las
tristes, porque se você reprime algo tão importante quanto a
sexualidade, você cria pessoas muitos confusas e com medo delas mesmas,
com medo de algo que é natural, em que todo mundo está pensando o tempo
todo”, diz o ativista do vídeo. E completa: “É tudo de verdade e nós não
pagamos ninguém. É tudo pela diversão e pela floresta”.
Confira o vídeo
Super Interessante
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