quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Ativistas “eróticos” defendem florestas com sexo livre

A ideia inusitada nasceu em 2004, com o desejo de lutar por uma sociedade livre, em que o sexo – sem repressões – seja visto como parte da natureza e ajude, claro, a “salvá-la” da destruição.
A Fuck For Forest, criada pela sueca Leona Johansson e pelo norueguês Tommy Hol Ellingsen, se autodenomina uma organização ecológica e erótica sem fins lucrativos. “Sexo frequentemente nos atrai para comprar todo o tipo de besteiras e ideias, então por que não para uma boa causa?”, dizem os organizadores no site.

A página na internet possui um arquivo de fotos e vídeos dos ativistas e amigos nus ou fazendo sexo. Para ter acesso, é preciso fazer uma doação em dinheiro ou juntar-se ao grupo como um “ativista erótico”. Há também um link para compra de camisetas e pôsteres.

Hoje, mais de 1300 pessoas fazem parte da organização.  No vídeo abaixo, um dos ativistas explica a proposta da Fuck For Forest e argumenta que há contradições na criminalização do sexo e da nudez. “Se eu tirar minha roupa e andar pelado pelas ruas eu serei preso, enquanto pessoas que provocam a destruição da natureza, grandes empresas, grandes grupos capitalistas que destroem tudo ao redor deles podem atuar livremente. Nós acreditamos que há um desequilíbrio neste mundo”.

O intuito é chamar a atenção e arrecadar fundos para ajudar projetos ambientais no Brasil, Equador, Costa Rica e Eslováquia.

Algumas organizações se recusam a aceitar o dinheiro da FFF. De acordo com reportagem publicada no site Overmundo em 2011, a organização ajudou dois projetos ambientalistas no Brasil. Um deles é a Escola da Mata Atlântica (EMA), um projeto multicultural de educação ecológica, que posteriormente criou o Centro Holistico da Aldeia da Mata Atlantica (CHAMA), em Silva Jardim no Rio de Janeiro. O FFF conta que doou 13 mil euros em janeiro de 2009 para que a EMA comprasse o terreno de que precisava para continuar o trabalho de reflorestamento, proteção e pesquisa ambiental na região.

Em Rondônia, apoiou a compra de um terreno para índios da região, com a doação de 22 mil euros. Além disso, a FFF participou de alguns eventos, como o Aldeia Rock Festival, no RJ, e o Fórum Social Mundial, realizado em 2009 em Belém.

O site da organização foi desenvolvido com a ajuda do governo norueguês, que deu dinheiro por seis meses para que os ativistas começassem o projeto. Com o tempo, após críticas da mídia, o governo lamentou o financiamento. “O governo da Noruega ficou frustrado em ter ajudado a construir uma organização ecológica indecente”, ironiza o site.

Em 2005, Tommy e Leona transaram no palco do show da banda de rock “The Cumshots” e foram obrigados a pagar uma multa de mais de 1200 euros. “Fomos punidos por fazer amor! Quando a nossa sociedade vai começar a punir pessoas que contaminam nosso ar e nossa água?”, questionam.
“Eu acho que a supressão da sexualidade tem sido usada na nossa sociedade por instâncias de poder para reprimir as pessoas, mantê-las tristes, porque se você reprime algo tão importante quanto a sexualidade, você cria pessoas muitos confusas e com medo delas mesmas, com medo de algo que é natural, em que todo mundo está pensando o tempo todo”, diz o ativista do vídeo. E completa: “É tudo de verdade e nós não pagamos ninguém. É tudo pela diversão e pela floresta”.

Confira o vídeo 

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