Eles são os otaku, os japoneses que preferem namoradas virtuais a sexo
A não ser que algo aconteça para melhorar o índice
de natalidade do Japão, a sua população vai diminuir por um terço entre
agora e 2060. Um motivo para a falta de bebês é o surgimento de uma nova
"categoria" de homens japoneses – os otaku, que gostam mais de
literatura mangá, anime e computadores do que sexo no mundo real.
Tóquio é a maior metrópole do mundo, com 35 milhões de habitantes, e é difícil acreditar que natalidade seria um problema aqui.Trata-se de uma geração de nerds que cresceu durante os últimos 20 anos de estagnação econômica. Eles preferiram se desligar do resto do mundo e imergir em suas fantasias. Hoje adultos, eles seguem com esse comportamento.
Kunio Kitamara, da Associação Japonesa de Planejamento Familiar, descreve estes japoneses como "herbívoros" – passivos e sem desejo carnal.
Eles são muito diferentes dos ambiciosos "machos alfa" do pós-Guerra, que na consciência coletiva do Japão foram responsáveis por reerguer o país e transformá-lo em uma superpotência.
Já os otaku vivem uma vida mais sedentária e com pouca interação com o sexo oposto.
Uma pesquisa do ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar em 2010 afirma que 36% dos japoneses com idades entre 16 e 19 anos não têm interesse em sexo – o dobro do registrado no levantamento re
Pais
Especialistas não sabem dizer exatamente porque esse mundo de fantasia tem tanto apelo entre os otaku.O sociólogo Roland Kelts, baseado em Tóquio, diz que muitos japoneses são pessimistas sobre seu futuro. Eles não acreditam que terão a possibilidade de igualar a renda de seus pais, e por isso não querem se comprometer com relacionamentos.
"Se você comparar com China e Vietnã, por exemplo...Ali, a maioria dos jovens vão de moto para boates e dançam bastante, talvez tendo relações sexuais, pois eles sabem que estão melhorando, que vão superar a renda dos seus pais. No Japão, ninguém se sente assim", diz ele.
Muitas pesquisas mostram que mesmo quando estão em relacionamentos, japoneses e japonesas têm poucas relações sexuais. Um levantamento mostra que apenas 27% disseram fazer sexo todas as semanas.
O número de casamentos também desabou, assim como a quantidade de bebês nascidos fora do casamento.
Outro problema populacional no Japão é a falta de imigração. Na Grã-Bretanha, uma em cada oito pessoas nasceu no exterior, comparado com uma em 60 no Japão. As regras de imigração seguem muito rígidas no país.
O Japão mantém sua cultura singular no mundo globalizado, mas em alguns casos – como no dos otaku – isso pode ser até mesmo prejudicial para os problemas populacionais do país.
alizado dois anos antes. (Leia matéria completa no BBCBrasil)
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