terça-feira, 26 de novembro de 2013

Jovens entre16 e 19 anos não têm interesse em sexo


Eles são os otaku, os japoneses que preferem namoradas virtuais a sexo 

 
A não ser que algo aconteça para melhorar o índice de natalidade do Japão, a sua população vai diminuir por um terço entre agora e 2060. Um motivo para a falta de bebês é o surgimento de uma nova "categoria" de homens japoneses – os otaku, que gostam mais de literatura mangá, anime e computadores do que sexo no mundo real.
Tóquio é a maior metrópole do mundo, com 35 milhões de habitantes, e é difícil acreditar que natalidade seria um problema aqui.
Mas Akihabara, área da cidade com forte tradição de cultura mangá e anime, oferece uma pista sobre um dos problemas do país. Akhibara é o paraíso dos otaku.
Trata-se de uma geração de nerds que cresceu durante os últimos 20 anos de estagnação econômica. Eles preferiram se desligar do resto do mundo e imergir em suas fantasias. Hoje adultos, eles seguem com esse comportamento.
Kunio Kitamara, da Associação Japonesa de Planejamento Familiar, descreve estes japoneses como "herbívoros" – passivos e sem desejo carnal.

Eles são muito diferentes dos ambiciosos "machos alfa" do pós-Guerra, que na consciência coletiva do Japão foram responsáveis por reerguer o país e transformá-lo em uma superpotência.
Já os otaku vivem uma vida mais sedentária e com pouca interação com o sexo oposto.
Uma pesquisa do ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar em 2010 afirma que 36% dos japoneses com idades entre 16 e 19 anos não têm interesse em sexo – o dobro do registrado no levantamento re

Pais

Especialistas não sabem dizer exatamente porque esse mundo de fantasia tem tanto apelo entre os otaku.
O sociólogo Roland Kelts, baseado em Tóquio, diz que muitos japoneses são pessimistas sobre seu futuro. Eles não acreditam que terão a possibilidade de igualar a renda de seus pais, e por isso não querem se comprometer com relacionamentos.
"Se você comparar com China e Vietnã, por exemplo...Ali, a maioria dos jovens vão de moto para boates e dançam bastante, talvez tendo relações sexuais, pois eles sabem que estão melhorando, que vão superar a renda dos seus pais. No Japão, ninguém se sente assim", diz ele.
Muitas pesquisas mostram que mesmo quando estão em relacionamentos, japoneses e japonesas têm poucas relações sexuais. Um levantamento mostra que apenas 27% disseram fazer sexo todas as semanas.
O número de casamentos também desabou, assim como a quantidade de bebês nascidos fora do casamento.
Outro problema populacional no Japão é a falta de imigração. Na Grã-Bretanha, uma em cada oito pessoas nasceu no exterior, comparado com uma em 60 no Japão. As regras de imigração seguem muito rígidas no país.
O Japão mantém sua cultura singular no mundo globalizado, mas em alguns casos – como no dos otaku – isso pode ser até mesmo prejudicial para os problemas populacionais do país.
alizado dois anos antes.  (Leia matéria completa no BBCBrasil)

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