sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Vidas em jogo

Estupradores, pedófilos, sequestradores e assassinos de aluguel são seres que, uma vez identificados, deveriam ser retirados do seio da sociedade e isolados em algum lugar, tipo uma ilha deserta cercada de seguranças e tubarões, para que vivessem em comunidade com seus semelhantes, de acordo com suas próprias leis, deixando em paz as pessoas de bem.
         O problema consiste em identificar tais seres. Não basta uma simples denuncia, é preciso haver um flagrante com duas ou mais testemunhas, para que não se incorra em risco de condenar inocentes. Vi muito isso acontecer no período da ditadura militar, quando bastava alguém apontar um desafeto como comunista, para que aquela pessoa fosse presa, desaparecida ou “suicidada”.
         O governo criou uma lei em que o simples toque, um ato libidinoso, seja considerado estupro. Com base nessa lei, um motorista de uma van do transporte escolar foi preso e levado direto para a penitenciária, acusado por uma adolescente de a ter molestado sexualmente, tocando suas partes íntimas do corpo. Mesmo sabendo de diversos casos de pessoas inocentes que foram presas com base em falsas denúncias, questionada pela imprensa, a delegada respondeu com a frieza da lei. Vale o que está escrito.
         Eu tenho filhos e filhas, tenho netos e netas, e não gosto sequer de pensar que algo semelhante aconteça com eles ou elas. Mas fico a imaginar se ficaria tranquilo com a minha consciência, sem ter a certeza de que a pessoa que foi penalizada, seria realmente culpada, e não vítima de uma denúncia vazia. Filhos, por mais que os eduquemos e gostemos deles, também sabem mentir, bastando que tenham motivações para tal. Afinal, são seres em formação, sujeitos às emoções e reações humanas básicas, como raiva, ciúmes, vinganças, etc.
         “Não julgueis, pois, para não serdes julgados; porque com o juízo que julgardes os outros, sereis julgados; e com a medida com que medirdes, vos medirão também a vós”. (Mateus, VII: 1-2). Pois é. Infelizmente, a vida em sociedade nos leva a ser juízes e carrascos de quem infringe as leis dos homens. O mínimo que podemos ambicionar é sabedoria para julgar com imparcialidade e justiça, sem nos deixarmos influenciar por interesses ou emoções. Porque ao passarmos para outro plano da existência, seremos julgados conforme julgamos os nossos semelhantes.
         Não gosto de gente maldosa, ruim, assassinos frios que matam sem compaixão, apenas por prazer ou dinheiro. Prepotentes que abusam da fragilidade dos seus semelhantes, principalmente mulheres, idosos e crianças. Mas agradeço a Deus por não me ter dado a missão de julgá-los ou puni-los pelos seus crimes. Prefiro confiar na justiça divina, que sei que pode até tardar, mas não faltará.
         Confiemos em Deus!

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