Um flerte, em Paris, entre uma estudante de
doutorado brasileira e um médico francês especializado em doenças tropicais foi
o ponto de partida de uma das empresas que mais crescem no Brasil em meio à
recessão: o laboratório Osler, produtor do repelente Exposis.
Prometendo
10 horas de proteção – contra 4 ou 5 horas de outros repelentes – o Exposis viu
suas vendas crescerem 30 vezes em um ano com a guerra ao Aedes aegypti,
mosquito transmissor de zika, chikungunya e dengue. É "o líquido mais
precioso da cidade", definiu uma colunista do jornal New York Times,
ao comentar sobre a procura pelo produto em São Paulo.
Foi
um desfecho que nem a engenheira de produção Silvia Lundwall nem o médico
francês Eric Lundwall esperavam quando se conheceram.
Formada
pela Escola Politécnica da USP, Silvia fazia doutorado na École Centrale de
Paris nos anos 90 quando recebeu uma visita da avó, que adoeceu.
"Ela
teve uma infecção, então a levei em um médico que tinha um consultório perto de
casa em que já havia levado alguns amigos – era o Eric (que também trabalhava
como médico generalista). Ele tratou da minha avó, começamos a nos aproximar
mais e o flerte virou casamento", lembra Silvia.
Não
demorou muito para o casal se unir também nos negócios. Eric havia se
especializado em doenças transmitidas por mosquitos (até o ano passado ele
trabalhava no hospital Avicenne em um serviço de atendimento a viajantes) e
havia começado a tocar seu próprio laboratório – o Osler. Silvia, como
engenheira de produção, tinha o tino e expertise para os negócios.
O
laboratório criou a linha de repelentes Insect Écran – que tem como princípio
ativo a substância icaridina, como o Exposis.
No
início, foi difícil entrar no mercado, já que as farmácias francesas não se
interessavam pelo produto de um laboratório desconhecido, segundo Lundwall.
Logo, porém, o Insect Écran começou a ser
recomendado por pesquisadores aos médicos que, por sua vez, passaram a receitar
o repelente a pessoas que viajavam para áreas de risco de malária. A empresa
também venceu concorrências para o provimento de repelentes ao Exército da
França.
A
marca acabou sendo vendida em 2005 para um grande laboratório. Mas a essa
altura, já estava em curso a empreitada que em alguns anos se tornaria o
principal negócio da empresa: a expansão para o Brasil. Click no link e leia
matéria completa no BBCBrasil
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