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Maria Bethânia , Nara Leão, Jerry Adriani e Danuza 1966 |
Há cinco anos o dia 17 de outubro passou a ser o Dia da Musica Popular Brasileira (MPB). A data foi escolhida para homenagear a primeira compositora de música popular brasileira, Chiquinha Gonzaga, nascida nessa data , no ano de 1847.Naquela época a mulher não tinha espaço na política ou na música , e Chiquinha Gonzaga além de compositora e regente, participou das grandes causas sociais do seu tempo.
A Música Popular Brasileira resulta de um conjunto de manifestações culturais de influência indígena, africana e europeia.
A Música Popular Brasileira resulta de um conjunto de manifestações culturais de influência indígena, africana e europeia.
Já o movimento MPB
(Música Popular Brasileira) é uma referência à produção musical
nacional desenvolvida após o golpe militar de 1964.
Estão enquadradas nesse período todas as
músicas de sucesso no rádio e televisão, independente do posicionamento em
relação ao regime militar.
História da
Música Popular Brasileira
A música sempre esteve presente na
rotina das populações nativas do Brasil em rituais e festas religiosas, antes
do descobrimento. O canto era entoado para embalar o bate-pau, danças ritmadas
com o uso do bambu.
A chegada do colonizador português
representou incremento na sonoridade, com instrumentos como violão, viola,
cavaquinho, tambor e pandeiro. Até os dias atuais, esses são elementos que
remetem à identidade musical local, principalmente no samba.
Somente
no século XVII, instrumentos de harmonia mais sofisticada, como o piano, foram
incorporados ao arsenal musical local. Ainda assim, ficavam restritos às
famílias nobres ou abastadas.
O colonizador português utilizou a
música como instrumento de catequese. Os padres jesuítas musicaram peças
teatrais e autos como forma de facilitar a compreensão do evangelho. Padre José
de Anchieta é reconhecido como compositor de muitas dessas peças e autos.
A tradição das danças, do ritmo e do som
africanos foram decisivos para as atuais manifestações da música nacional. O
batuque, extraído de instrumentos como atabaques, cuíca, reco-reco, pandeiro e
tambor, formam a base do que seria, mais tarde, o samba.
A música popular brasileira também
recebeu influência francesa, manifestada nas tradicionais quadrilhas. A dança
em pares, comum nas festas de São João, é uma alegoria às danças da corte
francesa.
A partir de 1800, a mistura de influências
já resulta na composição de modinhas e popularizam o ritmo lundu. Entre os mais
reconhecidos compositores de modinha estão Padre José Maurício Nunes, Francisco
Manuel da Silva e Cândido Inácio da Silva.
As
composições de modinhas e o lundu foram incrementadas com a sonoridade erudita
e influenciam para o surgimento de novos ritmos, como a polca, o maxixe e o
choro.
O ano de 1870 é tido como ponto de
partida do choro, que notabilizou muitos artistas, entre eles Chiquinha Gonzaga.
Em 1899, a maestrina e pianista carioca lança "Ó Abre Alas", a
primeira marchinha de Carnaval.
O pioneirismo de Chiquinha Gonzaga foi
reconhecido por meio da Lei Federal N.º 12.624, que instituiu o dia 17 de outubro
como o "Dia da Música Popular Brasileira". A data
lembra o aniversário da artista. A trajetória de Chiquinha influencia
compositores como Anacleto de Medeiros, Irineu Almeida e Pixinguinha.
As composições de Pixinguinha
representaram um divisor de águas na história da música popular brasileira.
Isso ocorreu por estarem diretamente ligadas ao surgimento do samba.
O gênero samba, que surge a partir de
1917, é considerado uma revolução. Inspira compositores como Ernesto Joaquim
Maria dos Santos e Mauro de Almeida. Pixinguinha, porém, é sua melhor tradução.
Até 1950, choro e samba revelam nomes
que ainda são destaques na música local, como Jacob do Bandolim e Nelson
Gonçalves. Essa é a época da chamada "Era do Rádio", com a influência
de intérpretes como Dalva de Oliveira, Caubi Peixoto e Ângela Maria.
Os início dos anos 50 também são
destacados pela influência de Cartola, considerado um dos
maiores mestres do samba nacional. A melodia de Cartola é revelada também na
voz da gaúcha Elis Regina.
Paralelo ao sucesso do samba e do choro,
surge nos anos 50 o movimento que ficou conhecido como Bossa Nova.
O movimento demonstra o cotidiano local, em especial o carioca e sua
malemolência.
A melodia suave foi perpetuada por Tom
Jobim, com letras de Vinicius de Moraes. A Bossa Nova evidenciava a
mistura da música erudita aos ritmos nacionais e recebeu reconhecimento
internacional.
Entre seus representantes está também o
compositor e intérprete João Gilberto.
A
Bossa Nova é o ponto de partida para movimentos musicais que ocorrem em
paralelo entre o fim da década de 50 e a década de 60. São a Tropicália e Jovem
Guarda, que apontam o cotidiano, mas demonstram a rebeldia, o questionamento às
instituições oficiais.
O Movimento MPB
A década de 60 é considerada um período
de ebulição na música brasileira. É quando passam a coexistir o samba, o jazz,
a Bossa Nova, o sertanejo de raiz, a moda de viola, o baião nordestino, o rock
e outros.
Esse período é considerado um marco para
a indústria da música nacional. Compositores e intérpretes passam a contestar o
regime militar que cassou direitos e restringiu a liberdade.
A partir dessa fase é popularizada a sigla
MPB como marca de um movimento próprio de contestação social e
política.
Nomes da MPB
O carioca Chico Buarque
está entre os maiores representantes da MPB, ao lado de Caetano Veloso, Geraldo
Vandré e Gilberto Gil.
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Raul Seixas e Jerry Adriani |
Já o baiano Raul Seixas
muda a era do rock nacional revelado pela Jovem Guarda, através
de Jerry Adriani. O artista impõe letras marcadas pela contrariedade à rotina,
à exploração social e do trabalho.
Como movimento, a MPB também é
manifestada pelo romantismo com letras que abordam as relações amorosas. Entre
os nomes estão Jerry Adriani, Roberto Carlos e Erasmo Carlos.
Nessa faceta da MPB, Chico Buarque é elevado a uma espécie de tradutor da alma
feminina, revelando seus desejos, culpas e sonhos no estilo denominado
"cantiga e amigo".
Manifestação semelhante é observada no
trabalho de Caetano e Gil, além de outros, como Djavan, Gal Costa, Simone e
Leila Pinheiro.
Com informações do site https://www.todamateria.com.br
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