segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Uma mulher, um ferro de passar e a ideia que revolucionou a forma como pagamos nossas contas

        
Analistas afirmam que o crescente uso dos cartões se deve, em parte, à popularidade dos pagamentos sem contato, em que as transações são feitas sem necessidade de digitar senhas.
Mas essa tecnologia, bem como outras formas de pagamento como o Apple Pay e o Android Pay, que permitem pagamentos com o uso do celular, são apenas a ponta do iceberg. O que realmente revolucionou o uso de cartões foi uma invenção muito mais antiga: a fita magnética.
Antes de Forrest Parry inventar o cartão com fita magnética, em 1960, o uso de cartões de crédito era complicado. O conceito nascera dez anos antes, graças aos também americanos Frank McNamara e Ralph Schneider, fundadores da primeira empresa de cartões do mundo, o Diners Club.

Reza a lenda que McNamara saiu para jantar em Nova York em uma noite de 1949 e, na hora de pagar, teve de chamar a esposa após ter esquecido a carteira em casa. Pouco depois, voltou ao restaurante (Major's Cabin Grill) e propôs pagar a conta com um pequeno cartão de papelão - essa "primeira ceia" teria aberto caminho para a multibilionária indústria dos cartões de crédito.
Mas usar cartões exigia muita paciência: o comerciante deveria ligar para o banco, que por sua vez ligava para a companhia de crédito para checar o nome do cliente e o balanço de sua conta. Por isso, a incorporação da tarjeta magnética, que permitiu a informatização do sistema, deu um impulso enorme à indústria do crédito, conta Tim Harford, autor da série "50 Coisas que Criaram a Economia Moderna", da BBC.
Mas a invenção de Parry não teria sido possível sem ajuda de sua mulher. Para entender melhor por que, é preciso estudar a história do armazenamento magnético de dados. Ele foi desenvolvido durante a Segunda Guerra Mundial e, nos anos 50, cientistas como o britânico Alan Turing criaram as bases dados computadorizados.
O passo seguinte foi dado pela IBM, que conseguiu codificar a informação para colocá-la em uma fita magnética. Forrest Parry trabalhava em um dos escritórios da empresa no Estado americano de Minnesota, e queria usar essa tecnologia nos cartões.
Só não encontrava maneira de grudá-la ao plástico. Tentou todo o tipo de cola e nenhum funcionou - uns não eram aderentes o suficiente, e a fita se soltava; outros eram corrosivos e danificavam os dados armazenados.

Mas um belo dia, Parry voltou para casa e conversou sobre o problema com a mulher, Dorothea, que estava passando roupas. Foi dela a ideia de derreter a fita sobre o plástico usando o ferro. Eureka! O calor era suficiente para unir os elementos sem danificar a informação.
A incorporação da tarja magnética acelerou enormemente os prazos de transações e abriu caminho para que o cartão de crédito se convertesse na forma favorita de pagamentos de milhares de pessoas em todo o mundo.

Fonte: BBCBrasil.

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