Mas essa tecnologia, bem como outras
formas de pagamento como o Apple Pay e o Android Pay, que permitem pagamentos
com o uso do celular, são apenas a ponta do iceberg. O que realmente
revolucionou o uso de cartões foi uma invenção muito mais antiga: a fita
magnética.
Antes de Forrest Parry inventar o cartão
com fita magnética, em 1960, o uso de cartões de crédito era complicado. O
conceito nascera dez anos antes, graças aos também americanos Frank McNamara e
Ralph Schneider, fundadores da primeira empresa de cartões do mundo, o Diners
Club.
Reza a lenda que McNamara saiu para
jantar em Nova York em uma noite de 1949 e, na hora de pagar, teve de chamar a
esposa após ter esquecido a carteira em casa. Pouco depois, voltou ao
restaurante (Major's Cabin Grill) e propôs pagar a conta com um pequeno cartão
de papelão - essa "primeira ceia" teria aberto caminho para a
multibilionária indústria dos cartões de crédito.
Mas usar cartões exigia muita paciência:
o comerciante deveria ligar para o banco, que por sua vez ligava para a
companhia de crédito para checar o nome do cliente e o balanço de sua conta. Por
isso, a incorporação da tarjeta magnética, que permitiu a informatização do
sistema, deu um impulso enorme à indústria do crédito, conta Tim Harford, autor
da série "50 Coisas que Criaram a Economia Moderna", da BBC.
Mas a invenção de Parry não teria sido
possível sem ajuda de sua mulher. Para entender melhor por que, é preciso
estudar a história do armazenamento magnético de dados. Ele foi desenvolvido
durante a Segunda Guerra Mundial e, nos anos 50, cientistas como o britânico
Alan Turing criaram as bases dados computadorizados.
O passo seguinte foi dado pela IBM, que
conseguiu codificar a informação para colocá-la em uma fita magnética. Forrest
Parry trabalhava em um dos escritórios da empresa no Estado americano de
Minnesota, e queria usar essa tecnologia nos cartões.
Só não encontrava maneira de grudá-la ao
plástico. Tentou todo o tipo de cola e nenhum funcionou - uns não eram
aderentes o suficiente, e a fita se soltava; outros eram corrosivos e
danificavam os dados armazenados.
Mas um belo dia, Parry voltou para casa
e conversou sobre o problema com a mulher, Dorothea, que estava passando
roupas. Foi dela a ideia de derreter a fita sobre o plástico usando o ferro. Eureka!
O calor era suficiente para unir os elementos sem danificar a informação.
A incorporação da tarja magnética
acelerou enormemente os prazos de transações e abriu caminho para que o cartão
de crédito se convertesse na forma favorita de pagamentos de milhares de
pessoas em todo o mundo.
Fonte:
BBCBrasil.
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