Atrás de uma casa de alto padrão no Estado
do Texas, nos Estados Unidos, existe uma aposta para mitigar o enorme deficit
habitacional mundial.
Ali, na semana passada, foi erguida uma
casa de concreto de 35 metros quadrados, em um prazo de 48 horas - tendo suas
estruturas impressas em 3D.
O
imóvel era um protótipo criado pela construtora Icon e pela New Story, uma
organização sem fins lucrativos que ergue casas para pobres em países em
desenvolvimento.
A expectativa é de que esse modelo traga
soluções a pelo menos parte das 1 bilhão de pessoas que não têm moradias dignas
no mundo.
O objetivo final é construir uma versão de
60 metros quadrados e reduzir consideravelmente os custos de produção,
atualmente em US$ 33 mil (R$ 109 mil) para a casa de 35 metros quadrados (para
efeito de comparação, moradias do Minha Casa Minha Vida custam entre R$ 62,5 mil
e R$ 300 mil, dependendo da região, do tamanho da casa e da faixa de renda dos
compradores, e parte desse montante é financiado pelo governo brasileiro).
A ideia é utilizar uma combinação de
economia de escala para imprimir as casas: o concreto seria comprado em grandes
quantidades e o tempo de construção de um unidade diminuiria, ficando entre 12
e 24 horas.
No fim deste ano, o projeto viajará a El
Salvador para construir moradias-piloto. O plano é erguer 100 casas em uma
pequena comunidade em 2019.
"Se
funcionar, isso literalmente mudará a forma como as casas são
construídas", diz Brett Hagler, presidente-executivo e cofundador da New
Story.
Como se imprime
uma casa?
O processo de impressão 3D de uma casa é
parecido ao modelo que imprime objetos em pequenas escala: ele funciona camada
por camada, mas com material mais resistente - uma argamassa semelhante ao
concreto tradicional.
"Podemos imprimir até 3,35 metros com
esta máquina", explica Alex Le Roux, presidente-executivo da construtora
Icon. "A impressão funciona em trilhos, como um trem. Você pode construir
muitas casas, parede a parede, ou fazer apenas uma bastante longa."
A máquina segue os planos criados em um
software de desenho, como o Autocad. Isso significa que os proprietários podem
criar suas próprias plantas ou escolher um modelo de casa a partir de um banco
de projetos.
O protótipo visitado pela BBC era uma
estrutura pequena, mas confortável. Certamente não era apenas uma cabana, mas
sim uma edificação que parecia suportar climas extremos e desgaste pelo tempo
de uso.
Durante a visita, um pequeno exército de
operários da construção trabalhava ruidosamente em uma parte de madeira, nas
janelas e outros detalhes.
Nas horas seguintes, a construção foi
finalizada e a casa, mobiliada. Depois, a instalação elétrica foi
providenciada.
A estética do concreto, todavia, era
visível - dependendo do gosto, o morador pode achar o local frio ou, pelo
contrário, elegantemente minimalista.
A moradia pode ser atrativa para quem vive
em cidades superpopulosas, onde o preço do aluguel costuma ser muito alto.
Leia matéria completa no BBCBrasil.
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