Cientistas
chineses apresentaram um novo conceito de design para um avião hipersônico, que
dizem ser um grande passo em direção à tecnologia que, um dia, ligaria Pequim e
Nova York em poucas horas - um percurso hoje realizado em aproximadamente 14 horas
pelos voos comerciais.
A pesquisa na
área de voos hipersônicos não é nova, mas geralmente está concentrada em suas
possíveis aplicações militares - área onde há mais recursos para financiamento
e menor pressão por retorno financeiro.
Mas voos com
velocidade equivalente a cinco vezes à do som vão algum dia fazer sentido do
ponto de vista comercial, transportando passageiros de um ponto a outro do globo
em algumas horas?
Mais rápido
Quando se fala
velocidade, a referência mais usada é a do som - ou um Mach -, por volta de
1.235km/h.
A subsônica é
toda aquela que fica abaixo desse nível - as aeronaves que atualmente
transportam passageiros, por exemplo. A supersônica é aquela que fica entre um
Mach e cinco Mach (cinco vezes a velocidade do som), como a do Concorde, um
avião comercial que voou entre Europa e Estados Unidos entre 1976 e 2003. A
hipersônica, por sua vez, é aquela que está acima de 5 Mach, atingida apenas
por pequenos veículos experimentais.
Os chineses têm
se dedicado a quebrar a barreira hipersônica, com um time na Academia Chinesa
de Ciências focado em um dos dois maiores desafios dessa empreitada - a
aerodinâmica. O segundo obstáculo é questão do motor, mais difícil de resolver
do que o desenho da aeronave.
Em relação ao
design, um voo hipersônico requer uma estrutura que minimize o
"arrasto", que é a resistência ao movimento no ar; quanto mais rápido
o avião, maior é o problema.
"Funciona
mais ou menos com o quadrado da velocidade: se você dobrar a velocidade,
quadruplica o 'arrasto'", explica o professor Nicholas Hutchins, da
Universidade de Melbourne, na Austrália.
O que tem de
novo no design proposto e testado na China é uma segunda camada de asas,
colocadas acima das asas principais e com a função de diminuir o
"arrasto", uma estrutura semelhante à de um biplano.
Até o momento,
os pesquisadores só testaram um modelo em menor escala em um túnel de vento.
Assim, o
projeto estaria, literalmente, longe de decolar.
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