terça-feira, 6 de março de 2018

O ambicioso plano chinês de construir um avião hipersônico



Cientistas chineses apresentaram um novo conceito de design para um avião hipersônico, que dizem ser um grande passo em direção à tecnologia que, um dia, ligaria Pequim e Nova York em poucas horas - um percurso hoje realizado em aproximadamente 14 horas pelos voos comerciais.
A pesquisa na área de voos hipersônicos não é nova, mas geralmente está concentrada em suas possíveis aplicações militares - área onde há mais recursos para financiamento e menor pressão por retorno financeiro.
Mas voos com velocidade equivalente a cinco vezes à do som vão algum dia fazer sentido do ponto de vista comercial, transportando passageiros de um ponto a outro do globo em algumas horas?

Mais rápido
Quando se fala velocidade, a referência mais usada é a do som - ou um Mach -, por volta de 1.235km/h.
A subsônica é toda aquela que fica abaixo desse nível - as aeronaves que atualmente transportam passageiros, por exemplo. A supersônica é aquela que fica entre um Mach e cinco Mach (cinco vezes a velocidade do som), como a do Concorde, um avião comercial que voou entre Europa e Estados Unidos entre 1976 e 2003. A hipersônica, por sua vez, é aquela que está acima de 5 Mach, atingida apenas por pequenos veículos experimentais.

Os chineses têm se dedicado a quebrar a barreira hipersônica, com um time na Academia Chinesa de Ciências focado em um dos dois maiores desafios dessa empreitada - a aerodinâmica. O segundo obstáculo é questão do motor, mais difícil de resolver do que o desenho da aeronave.
Em relação ao design, um voo hipersônico requer uma estrutura que minimize o "arrasto", que é a resistência ao movimento no ar; quanto mais rápido o avião, maior é o problema.
"Funciona mais ou menos com o quadrado da velocidade: se você dobrar a velocidade, quadruplica o 'arrasto'", explica o professor Nicholas Hutchins, da Universidade de Melbourne, na Austrália.
O que tem de novo no design proposto e testado na China é uma segunda camada de asas, colocadas acima das asas principais e com a função de diminuir o "arrasto", uma estrutura semelhante à de um biplano.
Até o momento, os pesquisadores só testaram um modelo em menor escala em um túnel de vento.
Assim, o projeto estaria, literalmente, longe de decolar. 
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