Já parou para
pensar sobre tudo o que o Facebook sabe sobre você? E mais do que isso, sobre
que conexões ele faz para obter informações a seu respeito?
O gigante da
tecnologia está no centro de um escândalo após a revelação de que as
informações de mais de 50 milhões de pessoas foram utilizadas sem o
consentimento delas pela empresa americana Cambridge Analytica para fazer
propaganda política nas eleições de 2016 nos Estados Unidos. O caso está sendo
investigado oficialmente pela Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC, na
sigla em inglês).
Na última
semana, usuários do aplicativo de mensagens da rede, o Messenger, em celulares
com o sistema operacional Android também afirmaram a portais americanos que o
site guardou dados de suas ligações telefônicas e mensagens de texto
.
Se você é um
dos mais de 2 bilhões de usuários ativos da rede – cerca de 200 milhões no
Brasil –, ela provavelmente sabe sua data de nascimento, seu número de
telefone, sua profissão, as músicas que você ouve, os lugares onde vai e como
você passa seu tempo livre.
Com esses
dados, a empresa consegue vender anúncios segmentados para outras empresas - um
restaurante que quer atingir mulheres de 25 a 40 anos em determinada cidade e
que gostem de culinária asiática, por exemplo.
A companhia diz
que coleta essa informação para deixar os anúncios mais interessantes e
relevantes para você. Para isso, usa não só as informações sobre tudo o que
você faz na rede – o que curte, o que decide que não quer ver, de onde você se
conecta, onde faz check-in (marcar onde está) etc. – como também tudo o que
você faz em outros sites e aplicativos nos quais optou por se cadastrar via seu
perfil de Facebook.
Testes, jogos e
outros aplicativos que você usa dentro da rede social costumam ter acesso a
alguns desses dados – foi assim que a Cambridge Analytica conseguiu informações
sobre milhões de usuários. Um teste de personalidade, que dizia usar os dados
para fins acadêmicos, coletou-os e seu criador, o pesquisador Alexandr Kogan,
os teria fornecido para que a empresa fizesse anúncios políticos nas eleições
americanas.
"Quando
você cria uma conta no Facebook, automaticamente concorda que ele usará seus
dados para ganhar dinheiro. É o preço que você paga", disse à BBC Brasil o
especialista em direito digital Thiago Tavares, da ONG Safernet.
Ao longo dos
anos, a empresa vem respondendo a críticas sobre sua política de uso de dados
pessoais e tornando mais fácil descobrir o que ela sabe sobre a sua vida. Mesmo
assim, segundo Tavares, é importante gastar algum tempo lendo os termos de uso
do site e explorando os dados que estão armazenados no seu perfil.
"Revisar
as suas configurações de privacidade deve ser como fazer um check-up periódico
de saúde. E isso deve ser feito em todas redes sociais. E sobretudo nos
aplicativos que você acessa fora do site com o seu login do Facebook, por
exemplo. É preciso reservar um tempo para isso, assim como reservamos tempo
para fazer um backup dos arquivos que queremos guardar no computador",
afirma.
Motivada pela
pergunta, decidi fazer o download dos dados que o site tem sobre mim – opção
disponibilizada no fim da seção "Geral", das configurações do
Facebook – e investigar outros dados que ficam armazenados no meu perfil.
Click no link e confira no BBCBrasil algumas das informações surpreendentes que o Facebook armazena sobre você.
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