
A chegada do Outono é um alívio depois do frenesi dos corpos afinados e
das exigências que o verão impõe, de urgências e vontades inadiáveis,
ritmo frenético e, para muitos, a vida louca. Afinal, é sempre preciso
alguma memória do verão passado. O verão embala e excita; o Outono,
desacelera e acomoda. O verão é som, sal, e sexo. O Outono é ruído de
folhas, velhas conversas , e ensaios de amor. O verão é exibição e
selfie; o Outono, pudor e álbum de família. O verão é sístole; o Outono,
diástole, nos corações. No verão, faz-se a revolução; no Outono,
conta-se as versões.
A verdade é que a gente está naquela vibe, como dizem os jovens e, de repente, acorda e o sol parece ter cansado da vida festiva e aderido ao ócio estelar, encurtando o dia e alongando a noite; o vento que sopra na janela contrai de leve a pele do rosto e, aqui e ali, nas mulheres mais sensíveis, provoca até um arrepio. É o Outono. E nesse ano ele chegou sem que sequer uma folha seca e distraída tenha batido no peito do cronista.
A partir de agora o chope gelado perde o domínio, o café, começa sua apoteose nas mesas de trabalho e o vinho toma lugar no happy hour. É possível notar, com algum encanto, que as mulheres já estão deixando as saias curtas , que nem todo frio é propicio às pernas de fora, e já aparecem com um leve casaco sobre os ombros, estando todas mais elegantes. Nas mais entusiasmadas, as botas já encobrem a longevidade das pernas.
É possível até que em alguma varanda, alguém tomado de irreversível nostalgia- ah, essa melancolia de roda de carro de boi dessa estação-, ensaie um daqueles costumes de antigamente: abra um livro, e comece a ler um romance. Tudo é possível. Acreditemos, é Outono.
A verdade é que a gente está naquela vibe, como dizem os jovens e, de repente, acorda e o sol parece ter cansado da vida festiva e aderido ao ócio estelar, encurtando o dia e alongando a noite; o vento que sopra na janela contrai de leve a pele do rosto e, aqui e ali, nas mulheres mais sensíveis, provoca até um arrepio. É o Outono. E nesse ano ele chegou sem que sequer uma folha seca e distraída tenha batido no peito do cronista.
A partir de agora o chope gelado perde o domínio, o café, começa sua apoteose nas mesas de trabalho e o vinho toma lugar no happy hour. É possível notar, com algum encanto, que as mulheres já estão deixando as saias curtas , que nem todo frio é propicio às pernas de fora, e já aparecem com um leve casaco sobre os ombros, estando todas mais elegantes. Nas mais entusiasmadas, as botas já encobrem a longevidade das pernas.
É possível até que em alguma varanda, alguém tomado de irreversível nostalgia- ah, essa melancolia de roda de carro de boi dessa estação-, ensaie um daqueles costumes de antigamente: abra um livro, e comece a ler um romance. Tudo é possível. Acreditemos, é Outono.
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