O professor faz um estudo do Alzheimer há mais de 15 anos pela UFRJ - Foto: arquivo pessoal
Um brasileiro tem chamado a atenção de comunidades científicas internacionais. O professor Mychael Lourenço, de 33 anos, está na lista de 11 jovens pesquisadores de maior destaque de 2023 em uma publicação científica internacional, por um estudo sobre o Alzheimer.
Ele foi citado na lista que destaca pesquisadores promissores que abrem caminho nos respectivos campos de atuação. Mychael é parte do corpo de docentes do Instituto de Bioquímica Médica (IBqM) da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e membro do Laboratório de Doenças Neurodegenerativas (LDN).
A publicação é da revista científica Nature Medicine, a mais conceituada no mundo. A Nature foi fundada em 1995 e é considerada a melhor entre 296 periódicos na categoria “Bioquímica e Biologia Molecular”, segundo Journal Citation Reports. É muita responsabilidade!
Os estudos do brasileiro
O professor brasileiro coordena o estudo sobre o Alzheimer há mais de 15 anos e, agora em 2022, ele ganhou o prêmio Blas Frangione Early Career Achievement Award, concedido pela Alzheimer’s Association pelo conjunto da obra que desenvolveu no Laboratório de Doenças Neurodegenerativas.
O trabalho que ele faz no LDN ao longo dos últimos anos é voltado para entender como uma pequena proteína, um peptídeo beta-amiloide, produzida pelos neurônios, se agrega, formando vários grumos, e se acumula no cérebro de pacientes com doença de Alzheimer.
Além disso, o LDN também investiga a participação no processo de neurodegeneração e a perda de memória.
“A gente também já sabe há alguns anos que, na verdade, são as partes menores dessa proteína que parecem ser as principais causadoras da perda de memória, porque, como são menores, conseguem se espalhar pelo cérebro mais facilmente e atacar as regiões de contato entre os neurônios”, contou Mychael.
Paixão pela neurologia
Mychael contou que sempre foi fascinado pelas mudanças que ocorrem no cérebro para causar neurodegeneração e demência. Foi a partir daí que o brasileiro iniciou o estudo sobre o Alzheimer. “A demência é um problema de saúde mundial que precisa ser investigado mais profundamente e tratado com mais eficiência.”
O cientista observa como a demência é um tema complexo: “Embora a área tenha defendido ‘agregados proteicos insolúveis atacam neurônios’ como o corolário para as mudanças moleculares na demência, agora entendemos que sua natureza é muito mais complexa”.
O professor afirma que vê as pesquisas futuras dele como uma grande contribuindo para a identificação de novos mecanismos moleculares que possam ajudar a explicar essa complexidade e servir de base para novas e eficazes estratégias de neuroproteção.
“Estou particularmente entusiasmado com as perspectivas translacionais de nosso programa de pesquisa”, afirmou.
SNB - Com informações de Conexão UFRJ.
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