Ter tempo é uma questão de prioridade, preferência. Há um tempo e lugar para cada coisa. Quais são as nossas prioridades? O que preferimos fazer? Como distribuímos o nossos tempo? Atualmente é comum ouvir-se pessoas justificando suas faltas alegando “falta de tempo”. “Sabe como é, né? O corre, corre, do dia a dia não deixa tempo para fazer quase nada”. Essa é a voz geral. Mas, esse “quase nada” que fazemos é o que mesmo?
Em regra geral, durante a semana, temos
8 horas para dedicar ao trabalho de ganhar o pão de cada dia, com um intervalo
de duas horas para nos alimentar e descansar um pouco. Napoleão afirmava que
“um homem de verdade precisa dormir quatro horas por dia; Um homem normal, comum, seis horas; Um débil mental, oito”. Fiquemos no meio termo e digamos que
a maioria de nós precisa dormir seis horas por dia. Então, como o dia tem 24
horas, abatamos oito horas de trabalho, duas de descanso e seis de sono, que
teremos 14 horas para nos ocupar de coisas essenciais, necessárias à nossa
sobrevivência e bem estar, e ainda nos sobram 10 horas por dia para fazermos o
que bem entendermos.
Para nos manter saudáveis, devemos nos
alimentar mais vezes por dia em porções menores, então vamos nos dar quatro
horas para distribuirmos entre o café da manhã, dois lanches e o jantar. Ainda
nos sobram seis horas por dia. Estas seis horas são absolutamente livres.
Podemos estudar, nos divertir, cuidar da saúde física e mental, cultivar amores
e amizades, e ainda cuidar das coisas do espírito, de Deus.
É justamente nestas quatro horas livres
que precisamos priorizar o que verdadeiramente nos interessa mais. Os
religiosos, os pastores de almas, sempre nos pedem que dediquemos pequenos
períodos do nosso tempo às orações: Pela manhã, agradecendo a Deus por mais um
dia de vida; Ao meio do dia, para agradecermos pelo pão que temos à mesa; À
noite para agradecer pelo dia que tivemos e refletir sobre o que fizemos de
certo e errado durante aquele dia.
Os finais de semana são absolutamente
livres para o descanso do corpo e da alma, porque só assim manteremos corpo e
mente sãos. Contudo, a ganancia faz com que empregadores forcem seus empregados
a trabalhar nos finais de semana. Mas só fazem isso porque encontram gente como
eles, dispostas a sacrificar suas horas de descanso para ganhar mais dinheiro,
em vez de descansar o corpo e a mente, e com isso sacrificam também o tempo das
suas famílias.
Não podemos negar que há serviços
essenciais, que não podem parar, como de saúde e segurança, e até mesmo para
que muitos possam se divertir, alguns precisam trabalhar, como é o caso das
casas de espetáculos e diversão. Mas, para isso, existem as compensações em
folgas e revezamentos, para que todos tenham oportunidade de descansar, se
divertir e se dedicar ao espírito.
Jesus disse que devemos cuidar do dia
de hoje, porque o amanhã cuidará de si mesmo. E contou a parábola do homem
rico, que passou boa parte da sua juventude juntando dinheiro, e quando se
sentiu rico o suficiente, disse que a partir de então iria descansar e gozar da
sua fortuna. Deus então disse: “Insensato! Amanhã mesmo precisarei da tua
alma”.
Todos nós desejamos viver muito, mas há
uma grande diferença entre o tempo que queremos e o tempo que teremos para
viver. O melhor dia para viver a vida é hoje, porque ontem já passou e o amanhã
a Deus pertence. Deus não nos criou para sermos tristes, mas sim felizes. Algum
sofrimento é necessário, para aprendermos algumas lições em prol do crescimento
espiritual. Mas, como reza a sabedoria popular, “Deus dá o frio conforme o
cobertor”.
Sejamos então felizes com o tempo que
Deus nos dá para viver.
NE: Publicada em 2015 - Tocando em Frente - no livro Mas eu lhe disse...
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