Cultura, culinária, sistema monetário, meio ambiente, compras, saúde, jogos e a famosa ‘feirinha’ de hortifruti. São temas distintos, mas que têm uma interseção: a matemática. Difundir os saberes e aproximar os estudantes das escolas municipais da matéria, que por vezes provoca ‘medo’, é o objetivo da Feira de Matemática, iniciativa da Secretaria de Educação.
Nesta quinta-feira (12) aconteceu a primeira culminância da Feira, na Escola Municipal Ana Brandoa (Tomba). Inicialmente, apenas quatro escolas estão participando do projeto, que está em fase ‘piloto’: Professora Lídice Antunes Barros (Santo Antônio dos Prazeres), Rosa Maria Esperidião Leite (Matinha), Doutor João Duarte Guimarães (Limoeiro) e a Ana Brandoa. A meta é que no ano letivo de 2023 o projeto seja expandido para todas as unidades e segmentos da Educação Municipal.
Pais, estudantes e a comunidade escolar se reuniram na quadra de esportes da escola para acompanhar a exposição dos trabalhos. Antes das apresentações, os alunos e professores passaram pela fase de pesquisa e produção, incentivando o desenvolvimento do raciocínio lógico, investigação, construção de hipóteses e socialização.
“Nós ficamos muito nervosos para apresentar assim para todo mundo, mas no final deu certo. Pesquisamos, conhecemos a cultura africana relacionada à matemática e também construímos os tabuleiros dos jogos e tudo mais”, afirmou João Pedro, do 9º ano.
A turma de João abordou o tema ‘Africanidades’, proposto pela professora Dayse Santos, trazendo para discussão estudos relacionados a Etnomatemática a partir da África, como os jogos africanos xixima e mancala. Os estudantes também aprenderam sobre a geometria Sona, que é a arte de contar histórias, provérbios e fábulas, através de desenhos geométricos - uma herança cultural do povo Quiocos.
Já para Wedson Cruz Silva, do 8º ano, esta foi uma experiência diferente e sua primeira vez em uma Feira de Matemática. Ele contou que não imaginava como relacionar a matéria com o meio ambiente, mas que aprendeu. A turma do estudante retratou a produção do lixo na sociedade e como fazer para reduzi-lo.
Para isso, foi necessário investigar quanto a população produz de lixo, individualmente e coletivamente, em Feira e no mundo. Também estudaram os tipos de materiais que podem ser reciclados, valor que os catadores ganham com esse processo e transformaram em estimativas. Os alunos fizeram visitas de campo para chegar aos resultados apresentados.
A Feira tem justamente o intuito de transformar o olhar dos estudantes para a área, que está inserida na rotina de todos e abre um leque de possibilidades para explorar o mundo. O professor Fernando dos Santos Alexandre, um dos coordenadores da Feira de Matemática/Seduc, pontuou como todo esse processo de aprendizagem é importante e uma possibilidade além do ensino tradicional.
“Aqui observamos como os estudantes conseguiram transformar o aprendizado em sala de aula com temas do cotidiano e neste movimento se tornam protagonistas. Também mostramos como a matemática pode abranger diversos aspectos, como a oralidade, organização, relações sociais, criatividade e muito mais” destaca o professor Fernando.
Durante a programação os estudantes também receberam certificados como expositores do projeto.
Informações: Secom
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