No dia 14 de setembro celebramos a festa da Exaltação da Santa Cruz. Como é possível que a Cruz, símbolo de dor e lembrança de inúmeros sofrimentos, seja celebrada e tenha dado origem a uma festa? Não estamos exaltando a morte ou as dores de Jesus, mas a vitória da vida sobre a morte e do perdão sobre o pecado.
NO TEMPO de Jesus, a
cruz era sinônimo de suplício. Nela crucificavam os piores criminosos. Ser
parente ou amigo de um crucificado era motivo de vergonha e de escândalo. Mas, a
partir da morte e ressurreição de Jesus, a cruz tornou-se símbolo de vida e de
vitória para os cristãos. É o mais forte sinal do amor de Cristo por nós:
“Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos” (Jo.
15-14).
A
ENCONTRAMOS a
CELEBRAR
a Cruz é
abraçar a vida com tudo o que ela pode apresentar. O verdadeiro discípulo de
Cristo é aquele que carrega sua cruz com paciência, fé e esperança até a morte.
O sofrimento chega e traz consigo o desânimo e a falta de esperança. No
entanto, quando olhamos para Jesus ressuscitado, entendemos que a vida é mais
forte do que a morte e que o bem será sempre vitorioso.
A
RESSUREIÇÃO de Jesus
permite outro olhar para a cruz. Ela continua sendo dor, mas uma dor
passageira, que aponta para a vitória da vida. Portanto, somente pela cruz, que
significa morte ao egoísmo, poderemos nos salvar. É o próprio Jesus que nos diz:
“Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e
siga-me” (Lc. 9,23). E, em outra passagem, afirma: “Aquele que não toma a sua
cruz, não é digno de mim” (Mt. 10,38).
Arcebispo Emérito
Nenhum comentário:
Postar um comentário