Domingo passado, pela quinta vez desde que foi resgatado pelo Centro Universitário de Cultura a Arte, o Bando Anunciador da Festa de Santana saiu às ruas. Gente alegre e festiva, de todas as classes sociais, sozinhas ou em grupos, deixaram suas comunidades e dirigiram-se ao Cuca para participar da festa.
Em algumas comunidades os grupos se reuniram cedo e no meio da rua começaram a tocar seus instrumentos e a cantar, como que a convidar a vizinhança para participar do evento. Isso gerou reclamações por parte de algumas pessoas que procuraram os veículos de comunicação para protestar contra o que consideraram um incômodo, uma perturbação da ordem pública.
Eu só posso entender tal atitude como fruto do mau humor que hoje em dia parece contaminar todas as pessoas. Antigamente, quando os bandos anunciadores se formavam na comunidade, aos primeiros acordes dos instrumentos as pessoas deixavam suas casas e juntavam-se ao bando com alegria e bom humor. Hoje acontece o contrário. Algumas pessoas reclamam do que consideram barulho. Graças a Deus são poucas.
Porque o mau humor é que gera a intolerância. E a intolerância, geralmente leva ao desentendimento e à violência. Se fosse uma coisa constante, como bares, por exemplo, que passam quase todas as noites com som alto a perturbar o sono de quem precisa descansar para trabalhar no dia seguinte, eu entenderia a reclamação. Mas o evento acontece apenas uma vez por ano, num dia de domingo pela manhã.
Quem reclama é gente má humorada. Uma gente que não é feliz e tem inveja da alegria e da felicidade dos outros. Gente mal amada, mal resolvida, cheia de recalques e frustrações, que em lugar de se unir aos demais para compartilhar da alegria destes, prefere reclamar e criar problemas, confusões.
Já que a festa é da Igreja Católica, eu faço apelo ao Arcebispo metropolitano, Dom Itamar, para que oriente os párocos a incentivar as comunidades a participar do Bando Anunciador, formando seus grupos e se dirigirem ao Cuca, inclusive, levando a programação da Festa de Santana nas mãos e divulgando pelo caminho o acontecimento, pois este é o objetivo primeiro do Bando Anunciador da Festa de Santana. Creio que desta forma as pessoas entenderiam e até participariam do evento sem reclamações e intolerâncias.
Outro apelo que faço é à Polícia Militar, para que acompanhe o cortejo, pois excessos sempre existem, e vândalos podem causar problemas. Este ano, por pouco não há um confronto entre um grupo do Bando e pastores e seguranças da Igreja Internacional da Graça de Deus, que fica no percurso do cortejo, na Rua Tertuliano Carneiro. O pessoal da tal igreja, mal humorado e intolerante, se armou até com barras de ferro para afastar o pessoal do Bloco do Sujo. Aqueles que cobrem o corpo de pó de carvão e saem a abraçar todo mundo.
Bastaria fechar as portas do templo pelos poucos minutos que dura a passagem do Bando. Mas não. Sabe lá Deus por que, preferiram o confronto, a violência.
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