A falência dos valores e a decadência das instituições

 Leio a notícia de que um ex-solista do Balé Bolshoi acusou a direção do famoso teatro de prostituir suas bailarinas. O Bolshoi já teve a reputação abalada após o ataque com ácido, em janeiro passado, contra seu diretor artístico, Serguei Filinol, por parte de um colega.

         Essas e outras notícias envolvendo celebridades e autoridades do mundo inteiro me levam a refletir sobre essa crise moral em que estamos vivendo, principalmente aqui no Brasil. Parece que estamos perdendo o controle sobre nós mesmos e permitindo que aflorem instintos primitivos que há séculos aprendemos a reprimir, como inveja, vaidade, arrogância, ganância, raiva, cinismo, e tantos outros sentimentos condenáveis, e estamos perdendo os conceitos de moral, decência e civilidade, que nos separam dos animais selvagens.

         Por que não nos alegramos com o sucesso de semelhantes? Por que tentamos impor superioridade e maltratamos os menos favorecidos? Por que usamos de violência contra os mais fracos? Por que não nos envergonhamos de práticas condenáveis? Por que aceitamos passivamente tais práticas como se fossem  normais? O mundo, finalmente é dos mais espertos e só o que importa é conquistar poder e ganhar dinheiro e fama?

         A nossa passividade diante de tudo isso só faz piorar as coisas. Jesus disse: “Quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a vida por minha causa a salvará”. Ouço muitas pessoas repetindo isso nas igrejas ou em pregações pelas ruas, mas, na prática, a covardia impera e ninguém quer se envolver nem se comprometer para combater injustiças e violências perpetradas contra seus semelhantes. Nem mesmo para ajudar parentes ou amigos mais próximos.

         A nossa covardia é a nossa fraqueza, e por isso mesmo o menor dos delinquentes se acha forte o suficiente para nos confrontar e nos agredir, certo de que não reagiremos. E não falta quem estimule a nossa covardia. A polícia recomenda ao cidadão a andar com algum dinheiro para agradar o ladrão. As vítimas de estupro são acusadas de usar roupas provocantes, andar sozinhas e até de se insinuar para o estuprador (talvez queiram que usem burka). O próprio governo desarma os cidadãos, deixando-os totalmente indefesos e entregues à própria sorte.

         E com a falência e inversão de valores morais, a decadência das instituições vem a reboque. O presidente do Senado é um mensaleiro condenado e o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal é racista e homofóbico. Os políticos estão totalmente desacreditados. As igrejas estão cheias de tarados sexuais e ladrões. A Polícia concorre em pé de igualdade com o crime organizado.

E pelo mesmo caminho seguem ONGs, clubes de serviços, associações classistas, maçonaria e tudo o mais. E para aqueles que ainda acreditam nas flores vencendo canhão, que viram o rosto para tomar outro tapa, é bom lembrar que até Jesus um dia perdeu a paciência e enxotou os ladrões de dentro do templo a chicotadas. Você quer paz, prepare a guerra, porque só os mais fortes são respeitados.