Parece ficção científica, mas é só jornalismo: robôs já estão escrevendo notícias em sites como o da Forbes. Isso acontece pelo menos desde 2010, quando pesquisas da “Northwestern’s Medill School of Journalism” resultaram na empresa Narrative Science
que produz programas de computador capazes de redigirem notícias.
Grandes marcas internacionais têm usado esse recurso para criar notícias
simples como os resultados de jogos de basquete ou um resumo do que
aconteceu na bolsa de valores.
Bom, isso não soa tão futurista quanto androides sentados em redações, mas algumas das pesquisas na área fazem o filme “Blade Runner” parecer mais próximo de 2013 . Na Universidade do Nebraska, pesquisadores estão testando os Drones (aqueles aviões não tripulados que os EUA usam para ataques militares) como ferramentas de cobertura jornalística útil para furacões, guerras e desastres nucleares como o da Usina de Fukushima.
Outra mudança grande são os sistemas de medição de audiência em tempo real,
que sugerem matérias para os editores de portais e sites colocarem em
suas homes (a página inicial dos sites) e também em suas redes sociais.
Na prática, esses sistemas “decidem” as notícias que você vai ler. Em março de 2013, o Washington Post anunciou o “Truth Teller” um algoritmo que checa os discursos de políticos em tempo real e pode dizer se eles estão mentindo. O “Truth Teller”
é conectado a uma grande base de dados que permite que ele confira se
as promessas e declarações de senadores, deputados e, até do presidente,
são reais. Imagina se essa moda pega no Brasil?
Mais um exemplo de automatização das notícias: Ken Schwencke, editor digital do Los Angeles Times, também programou um algoritmo que pode escrever notícias sobre terremotos em seu nome.
Robôs escrevendo notícias são uma realidade irreversível dos nossos
tempos. Eles também podem revolucionar outras formas de escrita, como
toda aquela burocracia atrás de cartórios e repartições públicas – uma
vez que grande parte dos documentos são formulários padrões com espaços
em branco para serem preenchidos por dados. No entanto ficam algumas
dúvidas: um jornal tem que avisar seus leitores de que eles estão lendo
notícias criadas por robôs? Os “algoritmos” de notícias vão
servir para liberar bons repórteres para escrever matérias mais
profundas ou vão provocar mais uma leva de demissões no jornalismo?
No futuro, robôs serão capazes de criar textos como os de Truman Capote
ou Ruy Castro?
Fred Di Giacomo - Super Interessante
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