sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

20 anos do Plano Real



Implantado em 27 de fevereiro de 1994, no governo Itamar Franco (1992-1994), com a edição da Medida Provisória 434, o plano foi um grande programa de estabilização econômica que teve como objetivo controlar a hiperinflação que atingia o país. Antes da mudança da moeda de cruzeiro real para real, os brasileiros tiveram a Unidade Real de Valor (URV), moeda virtual criada para ajudar na transição. Fernando Henrique Cardoso era, então, ministro da Fazenda.

O Plano Real transformou a vida dos brasileiros, que sofriam com o aumento do preço dos alimentos várias vezes ao dia e com o dinheiro que perdia o valor rapidamente. O Brasil tentou 11 planos econômicos e oito moedas até o sucesso do Real para acabar com a hiperinflação, que chegou a mais de 80% ao mês no início dos anos 1990. O Plano Real resolveu esse problema e criou as bases para a estabilidade econômica do País até hoje. Em julho de 1995, quando o Real completava um ano de vigência, a inflação foi de 1,7%.

Apesar da forte oposição do PT em 1994, as gestões petistas dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff seguem a mesma cartilha econômica criada pelo PSDB. Um ano antes do Real, o então ministro da Fazenda FHC adotou um conjunto de 58 medidas para criar as precondições da estabilização da economia — de pronto combatidas por Lula. O PT votou contra a MP do Real no dia 29 de junho de 1995 e recorreu ao Supremo com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI contra o plano. E voltou ao tribunal para tentar derrubar a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Na época Lula disse: “Esse plano de estabilização não tem nenhuma novidade em relação aos anteriores. Suas medidas refletem as orientações do FMI (…) O fato é que os trabalhadores terão perdas salariais de no mínimo 30%. Ainda não há clima, hoje, para uma greve geral, mas, quando os trabalhadores perceberem que estão perdendo com o plano, aí sim haverá condições” (O Estado de S. Paulo, 15.1.1994). “O Plano Real tem cheiro de estelionato eleitoral” (O Estado de S. Paulo, 6.7.1994).

Guido Mantega atual ministro da Fazenda, afirmou: “Existem alternativas mais eficientes de combate à inflação (…) É fácil perceber por que essa estratégia neoliberal de controle da inflação, além de ser burra e ineficiente, é socialmente perversa” (Folha de S. Paulo, 16. 8.1994).

         Marco Aurélio Garcia, atual assessor de Dilma para Assuntos Internacionais, disse na época: “O Plano Real é como um relógio Rolex comprado no Paraguai, tem corda para um dia só, a corda das eleições”.

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