Implantado em 27 de fevereiro de 1994,
no governo Itamar Franco (1992-1994), com a edição da Medida Provisória 434, o
plano foi um grande programa de estabilização econômica que teve
como objetivo controlar a hiperinflação que atingia o país. Antes da mudança
da moeda de cruzeiro real para real, os brasileiros tiveram a Unidade Real de
Valor (URV), moeda virtual criada para ajudar na transição. Fernando Henrique
Cardoso era, então, ministro da Fazenda.
O Plano Real transformou a vida dos
brasileiros, que sofriam com o aumento do preço dos alimentos várias vezes ao
dia e com o dinheiro que perdia o valor rapidamente. O Brasil tentou 11 planos
econômicos e oito moedas até o sucesso do Real para acabar com a
hiperinflação, que chegou a mais de 80% ao mês no início dos anos 1990. O Plano
Real resolveu esse problema e criou as bases para a estabilidade econômica do
País até hoje. Em julho de 1995, quando o Real completava um ano de vigência, a
inflação foi de 1,7%.
Apesar da forte oposição do PT em 1994,
as gestões petistas dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff
seguem a mesma cartilha econômica criada pelo PSDB. Um ano antes do Real, o então ministro da Fazenda FHC adotou um conjunto
de 58 medidas para criar as precondições da estabilização da economia — de
pronto combatidas por Lula. O PT votou contra a MP do Real no dia 29 de junho
de 1995 e recorreu ao Supremo com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI contra o
plano. E voltou ao tribunal para tentar derrubar a Lei de Responsabilidade
Fiscal.
Na época Lula disse: “Esse plano de estabilização não tem nenhuma
novidade em relação aos anteriores. Suas medidas refletem as orientações do FMI
(…) O fato é que os trabalhadores terão perdas salariais de no mínimo 30%.
Ainda não há clima, hoje, para uma greve geral, mas, quando os trabalhadores
perceberem que estão perdendo com o plano, aí sim haverá condições” (O Estado
de S. Paulo, 15.1.1994). “O Plano Real tem cheiro de estelionato eleitoral” (O
Estado de S. Paulo, 6.7.1994).
Guido Mantega atual ministro da Fazenda, afirmou: “Existem alternativas mais eficientes de
combate à inflação (…) É fácil perceber por que essa estratégia neoliberal de
controle da inflação, além de ser burra e ineficiente, é socialmente perversa”
(Folha de S. Paulo, 16. 8.1994).
Marco Aurélio
Garcia, atual assessor de Dilma para Assuntos Internacionais, disse na época: “O
Plano Real é como um relógio Rolex comprado no Paraguai, tem corda para um dia
só, a corda das eleições”.
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