
Diversas teorias tentam explicar permanência de genes que definem a homossexualidade em humanos
Nas últimas duas décadas,
dezenas de artigos científicos sobre as origens biológicas da
homossexualidade foram publicados – um deles, divulgado na semana
passada, reacendeu a polêmica sobre o assunto. Mas como esta constatação
se encaixa na teoria de seleção natural de Charles Darwin?
Na música Same Love, que se tornou um
hino não-oficial de apoio ao casamento gay nos Estados Unidos, a dupla
Macklemore e Ryan Lewis, vencedores do prêmio Grammy de Melhor Artista
Revelação na última edição do prêmio musical, ironiza quem diz acreditar
que a homossexualidade é fruto de uma "escolha".
A opinião científica parece estar do
lado deles. Desde o início da década de 90, pesquisadores vêm mostrando
que a homossexualidade é mais comum em irmãos e parentes da mesma
linhagem materna.
Segundo esses cientistas, isso se deve a um
fator genético. Também relevantes – apesar de ainda não amplamente
comprovadas – são as pesquisas que identificam diferenças fisiológicas
nos cérebros de heterossexuais e de gays, assim como os estudos que
afirmam que o comportamento homossexual também está presente em animais.
Mas, como gays e lésbicas têm normalmente menos
filhos biológicos do que os heterossexuais, uma questão continua
intrigando pesquisadores de todo o mundo.
"Se a homossexualidade masculina, por exemplo, é
um traço genético, como teria perdurado ao longo do tempo se os
indíviduos que carregam 'esses genes' não se reproduzem?", indaga o
pesquisador Paul Vasey, da Universidade de Lethbridge, no Canadá.
"Trata-se de um paradoxo do ponto de vista evolucionário."
Muitas das teorias envolvem pesquisas realizadas
sobre a homossexualidade masculina. A evolução do lesbianismo permanece
muito pouco estudada. Ela pode ser semelhante ou muito diferente.
Os cientistas ainda não sabem a resposta para
esse quebra-cabeça darwinista, mas há muitas teorias em jogo e é
possível que diferentes mecanismos atuem em cada pessoa.
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