
Na
semana passada o mundo esportivo assistiu estarrecido uma grande demonstração
de intolerância racial partida dos torcedores peruanos contra o jogador
brasileiro Tinga (Macaquitos). Assim se referem pejorativamente a nós
brasileiros, quase todos os nossos “Hermanos” sulamericanos. Não é a primeira
vez eu tal fato acontece, e certamente não será a última. A humanidade está
muito longe de reconhecer e tratar com igualdade os seus irmãos de espécie, sem
observados a cor da pele, a posição social e a fé religiosa. Há um clima de
intolerância geral instalado. E dificilmente será mudado.
Fala-se muito em igualdade,
fraternidade e liberdade entre os povos, contudo, há uma grande distância entre
intenção e gesto. Há sempre alguém achando-se superior aos seus semelhantes e
com isso vive buscando um modo de humilha-los, escraviza-los e até mata-los. A
bíblia Cristã nos fala de Caim e Abel, uma alegoria para ilustrar que irmãos,
filhos do mesmo pai e da mesma mãe, são pessoas totalmente diferentes, embora
da mesma espécie. O que era toda essa intolerância são as motivações de cada
ser humano. O ambiente onde vive, a educação quer recebe, o modo como é tratado
pelos demais que o cercam, irá formar o caráter da criança, e definir que tipo
de ser será na fase adulta.
Tomemos por base a questão racial
entre negros e brancos. O europeu, branco caucasiano, foi a África e descobriu
os negros, seus irmãos de espécie, mas de cor diferente. Descobriram que eram
seres que não desenvolveram suas capacidades tanto quanto os europeus.
Imediatamente os julgaram inferiores, sem se quer procurar compreende-los,
estuda-los e descobrir o porque do atraso. Daí a escraviza-los e mata-los foi
um passo. Assim os negros se tornaram escravos dos brancos durante séculos.
No Brasil a escravatura foi abolida
há mais de cem anos, e ainda hoje existe rancor entre negros e brancos. E esse
rancor que gera intolerância, se manifesta em ambos os lados. Eu mesmo já fui
vítima de racismo no trabalho por parte de chefes de cor negra. Na Europa e na
América do Norte o racismo tem motivações étnicas, mas, na América do Sul, a
motivação é econômico e social. Como disse o atual secretário de Cultura,
Esporte e Lazer, Jailton Batista, aqui o sujeito nasce negro, mas, à medida que
vai ganhando dinheiro, vai ficando branco. Então tudo não passa de hipocrisia.
Essas querelas raciais, religiosas, políticas
e sociais, poderão até ter fim um dia, mas, não num futuro que já se possa
vislumbrar. De modo que o melhor que cada um de nós podemos fazer para amenizar
a agressividade é começar a nos aceitar como somos, nos orgulhando disso e sem
desejar ser melhor nem pior que ninguém. Respeitando uns aos outros pelo caráter, pelo
que somos e não pelo que podemos ter. Ninguém é melhor do que ninguém. Nem o
papa, nem a rainha da Inglaterra, que também bufam por onde eu bufo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário