O
governo decidiu fazer um provão para avaliar quem poderá receber o diploma de
médico. É o velho método de criar um problema e inventar uma ficção para
resolvê-lo. Medicina é um curso caro, muito caro, seja ao que cursam
faculdades particulares, seja no Estado que financia uns 40% dos formandos atualmente.
Ora, se a reprovação se mantiver na
média do que tem acontecido em São Paulo teremos desperdiçado uma imensidão de
capital para formar recursos humanos que não serão utilizados. Isto é reflexo
da abertura indiscriminada de escolas médicas, muitas como barganhas políticas,
e que vão formar sem condições.
O certo teria sido o governo
investir na qualificação das faculdades existentes com ampliação de vagas.
Agora, vem fechar a porta depois de roubado, querendo que o aluno e sua
família, ou o estado, paguem o preço de uma política equivocada. O MEC poderia
ter optado por outro caminho, com ampliação, ao invés de uma escolha que
identifica problemas, mas não gera soluções.
Um exemplo é o ambulatório
universitário que segue em passos de cágado e poderia qualificar ainda mais as
condições de ensino da UEFS e ajudar a reduzir o problema da falta de
especialistas na rede pública. Oremos!
Receita
Uma
significativa matéria da Tribuna, semana passada, mostrou que a PMFS não teve
queda na arrecadação. Importante situar este ponto, para evitar que ao ser
cobrado o governo alegue falta de recursos. Este ano, 2016, entretanto, parece
que houve mesmo uma desaceleração e teremos que ficar atentos às prioridades
dos investimentos municipais e quem ou o que será sacrificado.
Violência
Não
se pode inferir que é uma relação de causa e efeito direta, mas é evidente que
a crise vai aumentar os casos de violência, embora a atual explosão de crimes
seja multicausal. Na região de Feira não é diferente. Além da própria sede onde
parece que a polícia não esta dando conta de conter o crime, a região,
incluindo Coração de Maria, Conceição do Jacuípe, trecho da BR 101 até
Alagoinhas, tornou-se um verdadeiro faroeste. E pior. Sem xerife.
Hospital da
Criança
É
inacreditável que o Hospital da Criança, criado para resolver o problema da
saúde pediátrica da região, esteja subutilizado tantos anos depois de
inaugurado e recusando atendimentos por falta de vaga, expondo mães a
denunciarem o fato à imprensa para conseguir uma cirurgia.
Como
não canso de repetir, foi uma escolha errada, ainda que útil, que condenou o
atendimento de adultos ao caos da insuficiência de vagas, mas que
apresenta alta rotatividade de gestores, todos com dificuldade
financeiras que levam à restrição do atendimento. Funciona sem otimização e com
menor capacidade que o necessário.
HGCA
Como o novo hospital não vem tão cedo eu quero saber quando
o secretário de Saúde vai regularizar o abastecimento do hospital, facilitando
a vida do Diretor e se vai autorizar reformas básicas para dar
condições mais humanas e éticas de atendimento no Pronto Socorro e
Ambulatório, aos profissionais de Saúde e pacientes.
Saúde municipal
O sistema não dá conta do atendimento. Há dificuldades na entrada
e um gargalo na assistência secundária, com falta de resolutividade no nível
intermediário (especialistas, cirurgias eletivas, tratamentos crônicos,
etc) que acaba prejudicando a população. Há, sabemos, agravos de
saúde que não se consegue resolver na rede.
Enfim, a Saúde precisa de investimentos, de um aporte de recurso que, com esta
crise, parece cada vez mais difícil de surgir para resolver o problema de uma
rede sobrecarregada e mal estruturada.Publicado no Tribuna Feirense.
Um comentário:
A ampliação do currículo não seria uma alternativa considerando que dentro da sua formação o estudante já começa a ter contato cedo com o paciente.Ou o custo do curso é visto como investimento e exige-se seu retorno em um tempo menor?
Esta minha suposição é de um leigo em medicina mais gostaria de conhecer outras posições.
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