Compreensão
quântica do processo de envelhecimento: foi com esta apresentação instigante
que a professora Célia Caldas, enfermeira com pós-doutorado em gerontologia
pela Universidade de Jönköping, na Suécia, abriu a I Convenção em Gerontologia
da SBGG-Rio, realizada nos dias 1 e 2 de dezembro.
O ponto de
partida da professora foi utilizar um conceito da física quântica para
aplicá-lo no curso de vida do ser humano: o de que os corpos são compostos de
energia. "Todo átomo é composto de 99,9% de espaço vazio e as partículas
que se movem neste espaço são feixes de energia que carregam informação. Nossos
corpos são o resultado físico das interpretações que fazemos a partir dessas
informações. Nossas células foram instiladas com nossas lembranças. Cada célula
é consciente de como você pensa e como se sente. Quem está deprimido projeta
tristeza para dentro de si", explica.
Célia afirma
que o envelhecimento tem que ser visto como um processo que se dá em quatro
dimensões diferentes: biológica, social, psíquica e espiritual. "A
dimensão biológica é a mais observada porque envolve o corpo, que tem uma
massa. Mas o que está cada vez mais claro é que esse corpo se comporta a partir
da influência das demais dimensões. A mente influencia cada célula existente.
Por isso podemos afirmar que o envelhecimento é um processo fluido e cambiável,
que pode ser acelerado ou desacelerado".
Não se trata
de deter a morte. Segundo ela, essa “desaceleração” pode ser construída com
base no que pensamos ou sentimos, se trabalharmos uma visão positiva que
funcione como barreira às influências externas negativas. "A morte está
biologicamente programada, somos programados para entrar em entropia, essa
tendência de sistemas ordenados se desordenarem, mas a entropia não se aplica à
inteligência", ela diz. Acrescenta que a gerontologia precisa investir nas
demais dimensões, além da biológica, e se vale de um exemplo: "na dimensão
social, o velho não é valorizado e isso o impacta na dimensão psíquica. Com o
culto à juventude que marca nossa sociedade, o idoso recebe continuamente a
mensagem de que já não tem valor, e isso influencia as células do seu
corpo."
O primeiro
passo seria mudar essa "interpretação física". Adepta dos
ensinamentos do médico indiano Deepak Chopra, autor de "Corpo sem idade,
mente sem fronteiras", a professora aposta na busca da renovação para
desacelerar o envelhecimento. É aí que entra a dimensão espiritual, que,
segundo ela, consegue produzir uma "imunidade protetora". A espiritualidade
não precisa necessariamente ter cunho religioso, é mais uma forma de encarar o
mundo que nos cerca: "a dimensão espiritual ajuda a romper o círculo
vicioso das influências negativas da dimensão social e seu efeito cascata nas
dimensões psíquica e biológica. O fortalecimento psíquico e espiritual
protege", resume. (G1)
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